2005/02/09

"A verdade não mora aqui"

Este titulo não é meu, é de Medina Carreira que num excelente artigo no Público do passado dia 1 de Fevereiro e que depois no programa da TSD "Directos ao Assunto" desenvolveu.

O artigo é excelente porque mostra o estado catastrófico do Estado, a começar pela enormidade de gente que literalmente vive à custa do Estado:
"Cerca de 730 000 funcionários públicos; 2 591 000 pensionistas da Segurança Social; 477 000 reformados e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações; 307 000 beneficiários do subsídio de desemprego; 351 000 beneficiários do RMI. Com os familiares próximos poderão ser uns 6 milhões de indivíduos, numa população de 10 milhões"


E diz outras coisas mais, como isto:
"É cada vez maior o número de portugueses que não acredita na generalidade dos políticos, nem na capacidade das instituições vigentes, nem nas promessas que lhes são feitas, nem no futuro do País. O próximo acto eleitoral de 20 de Fevereiro teria sido uma boa oportunidade para dizer toda a "verdade" e justificar todas as "exigências". Porque, durante alguns anos, não se sabe quantos, teremos mais esforço que laxismo, mais contribuições que benesses, mais deveres que direitos e mais dúvidas que certezas. Terá de reconstruir-se tudo a partir de quase nada. Entretanto, muitos terão pago um preço imerecido."


Sejamos claros! Medina Carreira num único artigo disse mais do que aquilo que os políticos no poder nos últimos 9 anos disseram, sem excepção. Porque foram eles que mais contribuiram para o actual estado de coisas do Estado, em particular aquele político que mais tempo lá esteve: António Guterres.

Não é normal que se insista ainda hoje em políticas que não olham para a realidade do Estado (quase 4,5 milhões de portugueses que são pagos pelo Estado ou quase 6 milhões que por isso dependem dele) e que é um Estado baseado no "Esatdo Social" construído com base no crescimento económico dos anos 60 e com base no boom económico pós-EFTA e pós-CEE dos anos 70 e 80. E com o passar das décadas passamos de um crescimento de dois digitos do PIB para um crescimento 0 quando não negativo.

O país precisa de outra Constituição, de outros políticos (os famosos políticos competentes que o Prof. Cavaco Silva falou) e de uma "real-politik" com base na realidade e não com base nos famosos "direitos adquiridos da Revolução" que nos têm levado quase à banca rota!

Sob pena de daqui a muito pouco tempo já não haver nada a fazer...

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