2004/05/05

A Bola

Brilhante!
Uma exibição fantástica, onde a ambição se misturou com um rigor táctico inexcedível, catapultou o FC Porto para a segunda final da Taça/Liga dos Campeões da sua história. Os dragões escreveram mais uma página de ouro e podem conseguir o que, até hoje, apenas o grande Liverpool atingiu: vencer duas provas europeias diferentes em épocas consecutivas...

Derlei regressou à Liga dos Campeões e voltou a ser decisivo para a glória dos dragões. A estrelinha do brasileiro brilhou, intensa, na Corunha e a convicção com que encarou o desafio da grande penalidade, um frente-a-frente arrepiante com Molina, abriu as portas da final de Gelsenkirchen. Foi a primeira vez, depois de cinco tentativas, que o FC Porto, numa eliminatória directa da Taça/Liga dos Campeões, se superiorizou a um conjunto espanhol. Mas este não foi o único borrego a morrer no Riazor: o Deportivo da Corunha, que não sofria golos em casa desde 26 de Novembro de 2002 (2-2 com a Juventus, com o segundo golo dos italianos a ser apontado por Nedved), viu a sua série fantástica de 812 minutos de euro-inviolabilidade interrompida por Derlei, o Ninja que Mourinho conheceu em Leiria e transformou, no Porto, num jogador de nível mundial. Ao marcar no Riazor, Derlei manteve a sequência goleadora do FC Porto fora de casa: os dragões facturaram em todos os jogos fora de portas na presente época europeia (seis jogos, nove golos) e é preciso recuar ao 0-0 com a Lazio, nas meias finais da Taça UEFA (24 de Abril de 2003) para descobrir 90 minutos dos dragões-visitantes, sem golos.

Mourinho, o rei

Quando José Mourinho chegou ao FC Porto, a situação desportiva do clube estava longe de ser brilhante. Nessa época de 2001/02 o Sporting de Jardel sagrou-se campeão, após dura compita com o Boavista, e os dragões terminaram em terceiro lugar. De então até hoje, a arrancada foi fulgurante: em 2002/03 o FC Porto fez o pleno e na temporada em curso já revalidou o título e garantiu lugar nas finais da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões. O único senão acabou por ser a derrota, com o Milan, na Supertaça Europeia (0-1, no Mónaco), após 90 minutos em que a sorte esteve de costas para os campeões nacionais. Para já, enquanto se fala insistentemente do futuro de Mourinho, a obra que realizou nas Antas é soberba.

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