1. Os jogadores
Foram autenticos heróis. Ou antes, Heróis, com H grande! Começaram nervosos e trapalhões, mas acabaram por encontrar a linha de rumo da vitória. Alguns destaques:
Ricardo Carvalho - Cada vez tenho mais a certeza que não sabe jogar mal. Grande exibição, mais uma vez, um imperador na defesa.
Deco - Um golo tranquilizador e alguns toques de génio. É preciso pedir mais alguma coisa? Como diz a música: "Ele é o número 10, finta com os dois pés" - agora a parte de fanatismo e cegueira clubistica - "É melhor que o Péle, é o Deco, olé, olé!"
Carlos Alberto - Das favelas a campeão europeu em tão pouco tempo. Tem apenas 19 anos, ainda está verde e é ingénuo, mas o potencial está lá todo. Transpira futebol e magia. Um enorme futuro à sua frente, mas já deixou o seu nome nas páginas da história do futebol!
Pedro Mendes - Que jogador! Cada vez mais gosto dele e acho que devia ter estado nos 23 da selecção, como ainda ontem provou. Garra e espirito de luta, muito sacrificio em prol do colectivo. Fantástico, tenho muito orgulho de ver um vimaranense (e que se assume como tal!) a representar o meu FC Porto ao mais alto nível!
Vitor Baia - Last but not least! Foi na baliza que começou a vitória do jogou de ontem. Ou antes, foi fora dela com duas fantásticas saídas logo nos primeiros minutos que garantiram o nulo no marcador. Hoje ouvi na TSF que o motivo porque não vai à selecção é porque é testemunha no processo do Oliveira contra o Madail, decorrente do despedimento do primeiro pelo segundo após o Mundial da Coreia. Se isso é verdade, é um escandalo! Porque Baia ainda ontem provou que é o melhor e em melhor forma de todos os guarda-redes portugueses.
2. Os adeptos
Fizeram a festa e deitaram os foguetes!
Fizeram a festa no Porto e em Gelsenkirchen, mas também em Guimarães Braga, Coimbra, Lisboa, Évora, Faro, Luanda, Mónaco, Paris ou Newark!
Mas no Porto, foi qualquer coisa de fantástico. Mais de vinte mil pessoas durante quase toda a noite junto ao estádio. E demorar 3 horas a chegar do aeroporto até ao estádio às 6h00 da manhã não lembra a ninguém, mas o facto é que eram 9h00 quando o camião com os jogadores chegou à Alameda do Estádio do Dragão...
3. Pinto da Costa
Nos últimos anos tenho-me afastado um pouco da sua gestão do FC Porto. Mas depois destas duas épocas fantásticas, rendo-me às evidências: o homem é o maior. Tivesse ele nas mãos o poder económico de um Real Madrid ou Manchester United, o que não faria ele?
4. José Mourinho
É indiscutivelmente o obreiro destas duas épocas.
Chegou em Janeiro de 2002, estava o FC Porto em 5º, a equipa destruida, o Jorge Costa banido em Inglaterra.
Deixou a equipa com dois campeonatos, uma taça, uma supertaça, uma taça uefa e uma taça dos campeões. Bons jogadores, alguns dos quais considerados dos melhores do mundo nas suas posições, caso de Vitor Baia, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Deco ou Maniche.
Soube ir além daquilo que todos acreditavam ser possivel atingir.
Mas, e infelizmente isto tem um "mas", no momento da saída, que sempre considerei inevitável desde que o FC Porto se qualificou para a final da liga dos campeões, não foi bonita.
Antes pelo contrário, foi mesmo muito desagradável. Foi desagradável ouvir dizer o gestor da equipa, no momento em que a mesma estava a comemorar efusivamente em campo esta tremanda vitória dizer que se quer ir embora já. Foi desagradável ver a sua expressão cerrada no momento da vitória. Foi desagradável ver a forma como retirou a medalha do pescoço, quase parecendo pensar naquele momento, a quem assistisse, que tinha acabado de perder e de receber o prémio de consolação. Foi desagradável não ver o treinador, o gestor e o comandante de homens em cima do camião a comemorar com os jogadores, dirigentes e adeptos a vitória.
Infelizmente, na hora da sua maior vitória pessoal não soube ser grande.
Grandes foram os lideres de balneário, Jorge Costa e Vitor Baia, que ao levantarem juntos o "caneco" demonstraram ali que muda o treinador, mas a estrutura directiva e o balnéario mantém-se sempre imune às mudanças.
Rei morto, rei posto. Mourinho quer ir embora e vai sair. Para o Chelsea ou para outro lado qualquer, desejo que seja muito feliz lá (menos quando se crusar com o FC Porto e Vitória, bem entendido...) pois as alegrias e felicidades que me proporcionou nestes dois anos não tem tamanho nem preço. Só espero que quem vier me continue a dar as alegrias que nestes trinta anos de democracia tenho vivido... Porque as vitórias são viciantes, depois de começar a ganhar, não queremos mais perder!
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