2004/11/16

Mais algumas conclusões do XXVI Congresso do PSD

1. Cavaco, és o nosso homem!
Se há unanimidade entre os militantes do PSD, é que o Professor Cavaco Silva TEM de ser o nosso candidato às Presidenciais-2006 e só não o será se simplesmente não o quiser. O seu nome não só atravessa todas as "tendências" organizadas (ou não...) do partido como claramente o extravasa quer à sua direita (penetrando claramente no eleitorado do PP, do PND e do PPM, por exemplo) quer à sua esquerda (entrando claramente pelo eleitorado de centro-esquerda e esquerda moderada, em particular se o PS patrocinar uma candidatura demasiado à esquerda como o Manuel Alegre ou o Ferro Rodrigues, por exemplo).

2. PP para que te quero?
Com a excepção das cúpulas do partido, parece-me cada vez mais claro que as "bases" não querem um entendimento pré-eleitoral com o PP de Paulo Portas. Como já ouvi hoje dizer no Fórum da TSF, é certo que já ouve um precedente de bons resultados entre o PPD de Sá Carneiro e Balsemão e entre o CDS de Freitas do Amaral e de Amaro da Costa... Mas nem o PSD é hoje dirigido por Sá Carneiro, nem o PP tem pessoas comparáveis com o primeiro (antes da sua deriva ideológica ao nível do BE hoje!) nem especialmente do segundo! E este PP não entra bem nas bases do PSD... E por isso oferece tanta resistência o PSD às coligações com o PP - que custaram a liderança a Marcelo Rebelo de Sousa - e que só foi aceite na "era Barroso" porque ou isso ou eramos entregues "à bicharada"!
E depois, as "bases" ainda não se esqueceram das "diatribes" do Independente de Paulo Portas nos governos do Prof. Cavaco Silva...

3. Unanimismo?
Apesar da moção apresentada pelo líder Santana Lopes "apenas" ter merecido uma abstenção, quer-me parecer que tal se sucede devido a três factos:
a) porque não se compromete com a dita coligação pré-eleitoral, apenas faz algumas alusões a essa necessidade mas não a afirma de forma clara;
b) porque é genérica quanto baste para que ninguém a possa recusar de uma forma veemente e inultrapassável;
c) porque as bases do PSD tiveram a noção que afrontar o líder e faze-lo cair em congresso era meio caminho andado para eleições antecipadas em Abril com um governo de gestão até lá!
Se assim não fosse, mais "criticos" de Santana tinham ido, mais "criticos" tinham falado e mais "criticos" se tinham apresentado a votos, penso eu...

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