2004/11/13

XXVI Congresso do PSD

Por motivos de força maior não pude ir, mas estou bem representado: o Bruno Fernandes é o meu "substituto" e é dificil ter alguém melhor para nos substituir...

Mas em parte ainda bem que não fui... Ou ia ter que falar pela primeira vez, nem que fosse às duas ou três da manhã, para concordar em grau, género e número com o que disse o companheiro Marques Mendes! Porque ele teve toda a razão em cada um dos pontos com que estruturou o seu discurso. Em particular, quanto à questão da coligação! E por culpa do presidente do partido, que aparentemente não quer mais nenhum congresso até Novembro de 2006, bem depois das Legislativas. E porquê? Porque se não há mais congressos, ao contrário do que o vice-presidente da nacional, Nuno Morais Sarmento, diz, este é o momento e o local para discutir o futuro da coligação! E como muito bem frisou Marques Mendes, esta coligação é pós-eleitoral e surgiu da análise dos resultados das legislativas de 2002 e como tal, ela não tem que obrigatóriamente se apresentar a sufrágio no final do período governativo; antes deverão os partidos apresentarem-se ao eleitorado separadamente e avaliarem o seu peso enquanto são avaliados pelos eleitores em relação ao trabalho que fizeram. E se houver necessidade conjuntural pós-eleitoral de manter a coligação, ela mantém-se! Se não houver, ela também se poderá manter, mas sempre em moldes diferentes, onde o peso do PP será sempre inferior do que hoje, mesmo que tenho mais votos do que em 2002...

E, o que é pior, é que eu gostava de ver esclarecido se as coligações serão para valer já nas autárquicas. Porque as coligações só são vantajosas quando o somatório dos partidos isolados é inferior aos votos que apresentam em conjunto. E, por exemplo, aqui em Guimarães, o PP não acrescenta nada ao PSD - aliás, desconfio que até retira: pelo menos eu não me revejo na política do PP de Guimarães e não me parece que se fosse um eleitor normal, sem responsabilidades políticas como é o meu caso, que fosse votar numa hipotética coligação PSD-PP. Não votaria noutro partido, mas acho que não votaria nessa coligação também...

Concluindo: o PSD tem de emendar o rumo, encontrar novamente a linha de rumo que o orientou nos últimos anos, de governar com eficácia e sem tanta preocupação com a "imagem" ou de governar com coordenação entre ministérios...

Não sou um desiludido com Santana Lopes porque nunca me acreditei nele, nunca achei que desse um bom líder - e o tempo, infelizmente, está a dar-me razão! Mas como gosto muito do meu partido, ele hoje é o meu presidente e aqui em Guimarães procuro trabalhar para ajudar o PSD e ajudar o primeiro-ministro. Mas isso não me impede agora, nem nunca, de criticar ou dizer aquilo que penso...

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