2009/04/15

Caímos sem a glória desejada mas com muita honra!

Resumo perfeito d'O Jogo sobre o jogo...

Um golo fabuloso de Cristiano Ronaldo impediu hoje o FC Porto de marcar presença entre as quatro melhores equipas da Europa e permitiu o triunfo do Manchester United por 1-0, na segunda “mão” dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Depois do 2-2 registado em Old Trafford, o FC Porto partiu para o encontro bem posicionado para atingir as meias-finais da competição, mas foi o Manchester United a aparecer melhor e a marcar o golo solitário aos seis minutos, por intermédio do internacional português.

Sem Jesualdo Ferreira, castigado pela UEFA na terça-feira com um jogo de suspensão, o FC Porto permitiu a primeira derrota em casa ante equipas inglesas e ofereceu ao United, que vai no 23º jogo sem perder na Champions, a possibilidade defender o título europeu conquistado a temporada passada.

A primeira contrariedade, logo a seguir ao golo de Cristiano, foi a lesão de Lucho, aos 30 minutos, num ingrato sinal que a noite europeia podia correr mal aos tricampeões portugueses.

Na 78ª vitória dos “red devils” na Liga dos Campeões, a equipa inglesa vingou também as duas vezes que foi afastado pelo FC Porto em provas europeias: em 1977/78 perdeu 4-0 nas Antas e foi eliminado da Taça das Taças e, em 2003/04, sucumbiu a um 2-1 no Dragão e empatou em Old Trafford, na caminhada “azul-e-branca” para o segundo título europeu da história.

Ainda assim, o FC Porto deixou mostras de enorme qualidade nesta eliminatória – já o tinha feito nos “oitavos” ante o Atlético Madrid – e, hoje, apenas não foi feliz na eficácia, embora o United tenha, aparentemente, controlado bem o jogo, sobretudo o posicionamento a meio-campo.

Com o triunfo, o Manchester United joga com o Arsenal o acesso à final, enquanto o Barcelona disputa com o Chelsea a presença no jogo decisivo de Roma.

Sempre fiel ao seu esquema, o FC Porto apresentou-se da mesma forma que em Manchester, com Helton, na baliza, uma defesa com Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho, ficando Fernando, Raul Meireles e Lucho Gonzalez no meio-campo e logo atrás de Hulk, Lisandro Lopez e Cristian Rodriguez, os jogadores mais ofensivos.

O Manchester United, por outro lado, surgiu muito mais ofensivo, como lhe competia, com Carrick, Anderson, Cristiano Ronaldo e Ryan Giggs no apoio aos avançados Dimitar Berbatov e Wayne Rooney.

Com o regresso do central Rio Ferdinand, a defesa apareceu composta também por John O’Shea, Nemanja Vidic e Patrice Evra, mantendo-se Van der Sar na baliza.

Curiosamente com Ronaldo como ponta-de-lança nos momentos iniciais, o Manchester socorreu-se do jogo de Rooney e Giggs, nas alas, mais Berbatov, pelo centro, para iniciar a partida dominante, mas foi um remate de Hulk, aos quatro minutos e na sequência de um livre directo da direita, a por à prova os reflexos dos guarda-redes.

Dado este sinal, o Manchester United colocou-se em vantagem no encontro e na eliminatória: Ronaldo recuperou uma bola perdida e com um remate fortíssimo e sem hipóteses para Helton, ligeiramente adiantado, fez o seu segundo golo nesta edição da Champions.

O FC Porto, no entanto, e apoiado pelo estádio do Dragão completamente lotado, voltou a ameaçar aos 20 e 25 minutos, num livre de Bruno Alves, ligeiramente ao lado, e um remate à meia-volta de Lisandro, para defesa do gigante holandês.

Giggs atirou para sacudidela de Helton (30 minutos), Bruno Alves respondeu com um cabeceamento ao lado (41) e Vidic, completamente sozinho e já na pequena área, praticamente fechava a eliminatória (44), não fosse a ausência de pontaria.

No segundo tempo, Berbatov voltou a testar Van der Sar, Raul Meireles enviou por cima e Hulk, aos 57 minutos, na sequência de um livre, rematou forte, mas à figura do guarda-redes da formação inglesa.

Já com Ernesto Farias no lugar de Rodriguez (64 minutos), o FC Porto tornou-se mais ofensivo, mas o Manchester United, a espreitar as correrias de Rooney ou Ronaldo – e também Nani que substituiu Berbatov – ia controlando o ímpeto portista, com maior ou menor dificuldade.

Rolando, aos 79 minutos, ainda tentou igualar o jogo e colocar o FC Porto em vantagem na eliminatória, com um remate de cabeça e após canto de Meireles, e Lisandro, aos 86, desviou para defesa apertada de Van der Sar.

Cristiano Ronaldo, aos 91 minutos, ainda ia estragando mais a recepção portista ao campeão europeu e do Mundo, mas Helton afastou bem para a linha de fundo.

Jogo no estádio do Dragão, no Porto.

FC Porto – Manchester United, 0-1.

Ao intervalo: 0-1.

Marcador:

0-1, Cristiano Ronaldo, seis minutos.

Equipas:

FC Porto: Helton, Sapunaru (Tomás Costa, 80), Rolando, Bruno Alves, Cissokho, Fernando, Raul Meireles, Lucho Gonzalez (Mariano Gonzalez, 31), Hulk, Lisandro Lopez e Cristian Rodriguez (Ernesto Farias, 64).

(Suplentes: Nuno, Stepanov, Guarin, Mariano Gonzalez, Ernesto Farias, Tomás Costa e Andrés Madrid).

Manchester United: Edwin Van der Sar, John O’Shea, Rio Ferdinand, Nemanja Vidic, Patrice Evra, Michael Carrick, Anderson (Paul Scholes, 78), Cristiano Ronaldo, Ryan Giggs, Dimitar Berbatov (Nani, 68) e Wayne Rooney.

(Suplentes: Ben Foster, Gary Neville, Jonny Evans, Paul Scholes, Nani, Carlos Tevez e Federico Macheda

Árbitro: Massimo Bussaca (Suíça).

Acção disciplinar: Cartão amarelo para Vidic (42) e Evra (57).

Assistência: 50.399 espectadores (lotação esgotada)

1 comentário:

Rui Vítor Costa disse...

Abraço amigo.
Parabéns pela exibição.
As grandes equipas - como o Manchester é - conseguem aguentar a pressão de um resultado tão mau para eles como o 2-2. Além disso é uma equipa inglesa que acredita sempre (veja-se o Liverpool e o Chelsea na terça!). Apesar disso, na segunda parte, o Porto meteu respeito ao MU.