2003/12/19

O Natal está a chegar...

...e a febre consumista também!!! Este ano prometi que só dou prendas, baratas, aos mais próximos. E até agora estou a cumprir...

2003/12/16

Saddam

Finalmente apanharam o Saddam Hussein. Ao fim de 251 dias de fuga e de uma vida miderável, escondido em pardieiros no sub-solo do interior do Iraque (que diferença para os ricos palácios que tantos portugueses ajudaram a erguer...) os americanos conseguiram deter um dos homens mais procurados do planeta (os outros, da Al-Qaeda, lá terão a sua vez...)!

Realmente este mundo não é justo... Ora digam-me lá que não era muito mais justo terem sido os curdos a apanharem o "carniceiro de Bagdad". Até me apetece dizer que ele devia ser julgado com os mesmos direitos e leis que existiam no tempo dele; afinal, se ele entendia que assim é que era bom, com toda a certeza que ia gostar disso...

Mas essa é uma das belezas da democracia ocidental! Mesmo aos tiranos, "carniceiros", é dada uma oportunidade de defesa condigna com a condição humana. São tratados com o civismo possível em cada momento: imaginem a cena ao contrário, as tropas iraquianas, os "feddayin", encontravam o Bush num esconderijo no meio do Texas e agora pensem no que eles fariam a seguir...

Por isso vai ser julgado, no próprio Iraque que saqueou anos a fio, por um tribunal iraquiano, com juízes iraquianos! E vai ser condenado, espero que a viver muitos anos sob prisão para ter tempo de pensar e sofrer na pele um "cagagésimo" daquilo que andou a semear no mundo ao longo dos anos...

Apesar de tudo, hoje o mundo está melhor com o "carniceiro de Bagdad" preso e sem poder!

2003/12/15

Novos links

Actualizei a lista de ligações, com especial destaque para os blogues de arquitectura.

Ainda mais GAMM

Afinal parece que se deram "tiros de pólvora seca", pois andaram a votar coisas que não têm qualquer relevância...
Então não é que agora surgiu um qualquer despacho "enquadrador", emanado pela Secretaria de Estado da Administração Local, a informar que aquilo que os executivos e as assembleias municipais têm de votar são os estatutos de uma GAM, neste caso da GAMM, e não aquele "arranjo ortográfico" que incluía uma capital e nenhum projecto...

Pois mais uma vez as coisas deram para o torto (incluindo na Assembleia Municipal de Guimarães da passada sexta-feira) onde o assunto nem sequer foi discutido, tendo sido retirado da ordem de trabalhos sem que se avisasse os partidos da oposição, como mandam as regras da boa educação (se não o mandar o regimento do organismo...) e da boa convivência política.

Mas afinal alguém é capaz de me explicar qual é a pressa de aprovarem a GAMM? É que tanta urgência e tanta vontade de NÃO discutir a capital da GAMM, os projectos da GAMM, enfim, a própria GAMM, parece-me cada vez mais estranho... Se há 150 anos que andamos com os distritos, não é por mais uns meses que o país não vai progredir. No entanto, julgo que a falta de discussão pública desta GAMM poderá, claramente, ser prejudicial para o futuro da GAMM e do próprio País!

Enfim, gostaria de ver um pouco mais de ponderação em quem tem o poder de decidir e aderir. Gostaria de ver um pouco mais de diálogo e fazer da adesão à GAMM um "Pacto de Regime" entre as principais instituições do concelho de Guimarães; não só as políticas, mas também outras como a Sociedade Martins Sarmento, o CAR, o Forum Vimaranis, a Assembleia de Guimarães, a Igreja, os sindicatos, a Universidade, etc... Porque não fazer um congresso sobre o assunto? Nos últimos anos não tenho concordado muito com as posições do deputado Luís Cirilo, mas desta vez ele tem razão: a CM Guimarães devia adiar a adesão a esta GAMM emanada das distritais do PS e do PSD, que deverá ser presidida pelo PS que não acredita neste processo de descentralização. E que aproveita cada hipotese que dispõe para fazer oposição ao Governo!

Estou cada vez mais certo que a oportunidade histórica que esta Lei criou começou a ser destruída no dia em que não alterou a forma de adesão (maioria simples, pelo que basta um partido maioritário decidir e a adesão está feita, anulando a hipotese do tal "Pacto de Regime", do entendimento entre mais do que um partido) e no momento em que dois gabinetes decidiram pelos 12 concelhos e 800 mil habitantes que irão integrar a futura GAMM que essa é que era a melhor solução!

Guimarães, assim como os outros 11 concelhos da GAMM, ainda vão a tempo de pensar, reflectir e emendar a mão. Assim os decisores o queiram...

2003/12/12

Mais GAMM

Segundo o Público de hoje, no Local Minho, a CM de Famalicão aprovou ontem a adesão à GAMM, mas sem referir qual a sede da mesma.

Não esquecendo que o Presidente da CM de Guimarães acusou, injustamente, o seu homologo de Famalicão de não se poder concretizar uma GAM ou uma ComUrb com base na AMAVE, afinal o PSD de Guimarães não foi o único a ver na inclusão de Braga como facto consumado e indiscutivel, dogmático, como sede da GAMM não é verdade. A disccussão, apesar de ser contra as distritais dos dois partidos e acima de tudo contra Mesquita Machado, vai ter de acontecer. Voltando um pouco atrás, digo que a acusação é injusta porque se hoje Famalicão não quer dar continuidade à AMAVE é apenas porque as câmaras socialistas da AMAVE não quiseram seguir a política de rotatividade de presidências, que daria no ano de 2002 a presidência a Famalicão, apenas e só porque a câmara de Famalicão foi conquistada em Dezembro de 2001 pelo PSD e, como disseram alguns dos mais altos responsáveis do PS na AMAVE, não iam "entregar o ouro ao bandido"! Quando se semeiam ventos, colhem-se tempestades, diz avisado o povo...

Mas regressando à questão da sede da GAMM.
Mesquita Machado, como sempre, sentenciou: "nem podia ser de outra forma, senão Braga nem aderia à GAMM".
Como é evidente, ainda não se adaptou à nova realidade em que cada municipio é um voto... Agora imagine lá que há uma "revolta" nos concelhos de Guimarães e Famalicão, que por arrastamento levam concelhos como Vizela ou Fafe, entre outros, e de reprente V.Ex.a vê que Braga tem menos votos do que outro local. Aliás, eu por mim votava na "roulotte" que o sr. Secretário de Estado Miguel Relvas anunciou como potencial local para sede da GAMM!

Enfim, cada cavadela, cada minhoca! Quanto mais falam os defensores da GAMM, mais comprometem o seu futuro...

Linha de Rumo n.º 55 - Grande Artístice de Mesquita Machado

Tenho o tema das Áreas Metropolitanas guardado para abordar há muitos meses. Saltou agora da “gaveta” porque uma amiga minha me disse que eu não tinha “engolido” bem a criação desta Grande Área Metropolitana do Minho (GAMM)! E realmente, ela tem razão... É que como não houve uma boa deglutição do “cozinhado”, agora nem à custa da famosa marca de comprimidos para o estômago que um árbitro celebrizou me cura esta indigestão!
Mas fosse este o mal maior... De bom grado aceitaria ter esta “indigestão” da GAMM se isso significasse progresso para Guimarães. Mas quanto mais vejo o tempo passar e os responsáveis falar mais acredito que isto não vai ser muito bom para Guimarães...
Mas comecemos então do principio.
Quando pela primeira vez, faz agora um ano, tive acesso ao projecto de lei do Governo que instituía Áreas Metropolitanas (AM) para além de Lisboa e Porto, tive a certeza que se aproximava uma pequena “revolução”. O que estava claro naquela lei é que o Governo pretendia criar pólos urbanos, cidades de média dimensão, que fossem o motor de desenvolvimento de várias zonas do país que até agora eram tratadas como “província” e asfixiadas por inúmeros problemas. E não tive dificuldades em compreender que esta lei visava, no fundo, “enterrar” a Regionalização que os portugueses “mataram” – e muito bem! – em 1998. A lei tinha alguns defeitos que poderiam ser corrigidos, mas o debate iria ser lançado e permitiria “afinar” esses pequenos pormenores.
O PSD de Guimarães, rapidamente percebeu estes factos e começou, em Fevereiro, a trabalhar este tema: realizou reuniões com associações e com todos os partidos com assento na Assembleia Municipal – todos, não, porque o PS foi, como habitualmente, autista e não quis falar... – e culminou com um plenário dedicado a este tema, que foi claramente marcado por duas correntes: os seguidores do actual distrito e os seguidores de uma base formada na AMAVE. Como é evidente, todos estavam conscientes que por um lado a decisão não passava pelo PSD de Guimarães (devido à maneira como a lei previa a criação da AM) e que haveria sempre muita divisão neste tema.
Depois, durante meses, foi o silêncio em Guimarães. Do Presidente da Câmara não se ouvia uma palavra; do PS de Guimarães, ainda menos... Apenas se ouviam alguns rumores de discussões, a nível das distritais do PS e do PSD, sobre o assunto. Paralelamente, numa incursão pela política, a Universidade do Minho procurou realizar um denominado “Pacto Regional” que englobava toda a antiga província do Minho (actuais distritos de Braga e Viana) numa tentativa de criar um “lobby regional”.
Em Setembro, os rumores começam a ganhar corpo. A entretanto convertida em Lei que previa que se partisse da base para o topo, ou seja, que fossem os concelhos a escolher o seu desígnio já estava a ser adulterada! Afinal, a decisão não coube ao concelho mas ao distrito, nas sedes dos seus dois maiores partidos...
Mais, quando os actuais presidentes de câmara foram eleitos, em Dezembro de 2001, esta lei não tinha sido ainda “inventada”. O que equivale a dizer que nenhum presidente de câmara foi mandato pelas suas populações para intervir em assunto tão delicado, especialmente se há uma clara divisão na sociedade sobre ele. Nem nenhuma Assembleia Municipal...
Por fim, para completar o “bolo alimentar”, tive oportunidade de ler o texto que serviu de base a todos os concelhos para aprovação na vereação da proposta de criação da GAMM. Que é confrangedor, de tão pobre e genérico que é! Qualquer aluno do secundário faria algo igual. Esperava ler no texto um projecto, ideias para futuro. Chamem-lhe deformação profissional, mas penso que uma associação tem de ter fins específicos, objectivos a alcançar para que se possa prosseguir nessa direcção. Mas nada lá encontrei que não fosse uma breve caracterização geográfica e sociológica. Não há um estudo de acessibilidades, transportes e movimentos. Ou da economia regional. Ou da influência da AM do Porto e da Galiza sobra a GAMM que se pretende criar. Não existem grandes opções estratégicas. Apenas uma ideia sobressaía: a capital seria em Braga!
E mais difícil foi fazer a “digerir” GAMM quando começo a ouvir pessoas que deveriam actuar e falar com moderação e elevação a tratar de forma menos correcta quem não defende a GAMM e tem uma opinião diferente: imediatamente é catalogado de “bairrista”, “atrasado”, “retrógrado” e outros mimos similares...
Vamos então a factos: ser-se moderno é, na versão dos defensores da GAMM, decalcar o distrito de Braga, que em 150 anos de vida apenas acentuou assimetrias regionais e criou um centralismo distrital? Ou seria decalcar a ainda mais velha província do Minho, que terminou para dar origem ao distrito? Sejamos claros: para o concelho de Guimarães ser moderno, quebrar com velhas tradições, seria optar por algo diferente; a AMAVE era uma hipótese, mas não era a única... Afinal, o Porto são só a 30 minutos de carro! E se a questão é integrar uma AM que seja grande, julgo que Guimarães ganharia muito mais em integrar a 2ª maior GAM (a do Porto) em vez da 3ª maior GAM (a do Minho). Aliás, os estudos que estiveram na base da criação da AM do Porto indicavam que num período de 50 anos Guimarães estaria lá integrada, já que estava na sua área de influência natural...
Não tenho dúvidas que a GAMM foi a pior opção de Guimarães. Cento e cinquenta anos de distrito serviram para tirar muitas lições: quanto os representantes de Guimarães têm pouca representatividade extra-muros (como actualmente) o concelho é claramente prejudicado. Quando existem personalidades vimaranenses fortes, esse efeito é mitigado mas não eliminado. E a última personalidade desse calibre em Guimarães já se retirou da política activa (sim, estou a falar do Dr. Fernando Alberto Ribeiro da Silva...) pelo que a travessia do deserto tem sido longa e penosa.
No fundo, a criação da GAMM só vem beneficiar os concelhos pequenos do Cávado, que asfixiados por Braga ao longo dos anos vêm nesta AM uma liberdade que será concedida pela “luta” que Braga irá travar com os restantes concelhos de dimensão similar (Guimarães, Famalicão e Barcelos) e irá servir para o Presidente da Câmara de Braga continuar a reinar através da divisão e da manutenção do actual estado de coisas...
A falta de debate, a obstinação em não querer referendar uma decisão para a qual não foi mandato (aliás, nem a vereação nem os deputados municipais) e a forma arrogante como têm tratado todos aqueles que ousam opinar de forma diferente da GAMM têm dificultado a minha “digestão”. Só espero é que daqui a 10 anos isto não tenha sido uma indigestão e antes tenha concluído o ciclo digestivo...
Eu sou céptico desta GAMM. Mas espero que os responsáveis camarários, que aceitaram aquilo que lhes foi imposto pelo distrito, saibam agora tirar o melhor proveito possível desta GAMM. Até para mostrar que não foi a opção errada...
Até lá, continuo a achar que tudo isto foi uma grande artístice de Mesquita Machado: para se manter no poder em Braga, para manter a sua esfera de influência no distrito e para fazer contravapor ao Governo do Dr. Durão Barroso.

2003/11/30

ForumCafé "Nicolinas"

Foi hoje de tarde e correu muito bem (digo eu, que sou suspeito por estar na organização e ter sido algo parecido a um moderador...) - pelas palavras que recebi no final, julgo que os participantes gostaram e deram como sugestão fazermos outro daqui a algum tempo, fora da época das Nicolinas.

Mais tarde desenvolverei mais esta actividade. Mas não agora, que o sono já comanda as minhas acções sobre as teclas do computador...

2003/11/29

"A Arquitectura em Tempo de Viragem"

Este foi o tí­tulo do texto publicado no Público esta semana pela Bastonária da Ordem dos Arquitectos (e também deputada), Helena Roseta.

Este texto aponta claramente diversos problemas que os arquitetos enfrentam hoje em dia. Sendo que o principal deles está ligado ao facto de cerca de 7000 arquitectos (do total de 11 mil existentes em Portugal) terem menos de 40 anos, percentagem ainda maior na Secção Regional Norte, onde 80% dos arquitectos têm menos de 40 anos!
E, tal como venho apontando há algum tempo, as condições legais que os arquitectos têm para exercer a sua profissão são hoje similares àquelas que dispunham quando nasci em 1972!

Os arquitectos são, e assumo claramente o que digo, o parente pobre da indústria da construção! Cada vez tenho mais a certeza que toda a gente ganha neste mercado: os promotores, os vendedores, os construtores, os engenheiros e os trabalhadores... Todos menos os arquitectos!

E se é verdade que há um Gehry que recebe milhões de Euros, ou um Taveira que embolsou alguns milhões com os estádios ou um Siza ou um Souto Moura ou outros que à custa do nome que souberam construir junto da imprensa podem hoje "vender" esse mesmo nome para "viabilizar" obras que à partida um promotor (público ou privado) não conseguiria fazer passar pelo crivo da apreciação técnica de um qualquer departamento camarário, o que é facto é que a grande maioria dos arquitectos nunca na vida irão conseguir ganhar tanto dinheiro quanto apenas uma obra de um dos nomes que acima citei... E para piorar a situação, como muito bem diz a Bastonária no texto que citei acima, o "que se vende (.../...) é uma arquitectura medíocre, que não pode deixar de afectar a qualidade de todo o tecido urbano. Ou então, acrescento eu [Helena Roseta], o nome de grandes arquitectos é usado para alavancar operações imobiliárias e tornear procedimentos legais. O resultado não favorece a cidadania." Aliás, o Miguel Sousa Tavares, neste texto também no Público, faz uma critica veemente a esta situação e com uma frase que considero excelente, por ser muito explicita e conseguir resumir muito bem a "coisa"; diz então Miguel Sousa Tavares: "Eu não quero, e duvido que algum lisboeta queira, o projecto, seja ele qual for, nem as torres do arquitecto Siza Vieira. Tenho muito respeito por ele, mas entendo que o respeito pela cidade e pelos que aqui vivem é mais importante do que o respeito pela obra dele. Não quero ser esmagado pelo seu génio, que todavia não serve às pessoas mas apenas a si mesmo (...)". Agora digo eu: por norma, estes grandes arquitectos perdem a noção da realidade e para impor os seus projectos acabam por "estourar" orçamentos (por exemplo, Casa da Música no Porto) ou abrir enormes polémicas com os cidadãos e utilizadores do espaço arquitectónico criado que é pensado em função do criador e não do utilizador.

É por isso que é importante que o Governo siga a recomendação da Assembleia da República e concretize a alteração do 73/73 de forma a que a Arquitectura seja apenas praticada pelos arquitectos. Para os (nos) responsabilizar. Para lhes (nos) dar mais e melhores condições de poderem (podermos) ter uma profissão que lhes (nos) permita viver com dignidade a trabalhar naquilo que escolheram (escolhemos) e em que se licenciaram (licenciamos). Como muito bem diz aqui o Lutz, no Quase em português: "Aconteceu-me há uns anos atrás que uma assistente social, cuja tarefa era apreciar candidaturas à bonificação de propinas do infantário, onde o meu filho andava, recusou a nossa por simplesmente não acreditar na declaração IRS nela incluida. Não conseguia acreditar, que uma pessoa com curso superior, profissional liberal e então não desempregada, não ganhava pelo menos o mesmo que ganha qualquer funcionário público com equivalente formação! Mas era mesmo verdade.". Infelizmente, esta descrição retrata muito bem a vida da grande maioria dos arquitectos com menos de 40 anos...

Enfim, espero que tudo isto seja abordado e debatido no Congresso da Ordem dos Arquitectos que está decorrer aqui em Guimarães. Apesar de querer participar, estive impedido de o fazer por razões profissionais que me prenderam, inadiavelmente, ao trabalho. Mas acredito que os meus colegas que lá se encontram saberão ver nestes problemas as causas para uma batalha por um futuro melhor.

Para a semana, se conseguir disponibilizar um pouco de tempo, pretendo falar no meu texto para a Linha de Rumo a publicar no Noticias de Guimarães, sobre áreas metropolitanas.
Não vou abordar o mapa que se está a desenhar aqui na região onde Guimarães está inserido. Porque já o fiz aqui e agora pretendo abordar é o projecto para a AM do Minho (ou antes, e deixando um lamiré, a falta dele...) e qual a razão de eu ter passado de um entusiasta defensor para um descrente da descentralização...

2003/11/27

ForumCafé "Nicolinas"

É já no próximo sábado, dia 29 de Novembro, pelas 15H00, que se vai realizar, género tertúlia, um encontro informal no Café Óscar, aqui em Guimarães, onde se vai abordar a temática das festas mais tradicionais de Guimarães, as Nicolinas.

A iniciativa é promovida pelo Forum Vimaranis, uma associação que ajudei a nascer e que ainda está a dar os primeiros passos, lentos mas seguros para se constituir como uma promotora do desenvolvimento de Guimarães. Noutra altura falarei mais a fundo sobre ela.



Para já fica o convite para irem até lá... Vai valer a pena tomar um café por lá e falar (ou ouvir falar) sobre as Nicolinas.

2003/11/21

Linha de Rumo n.º 54

Foi publicado esta semana o último artigo da Linha de Rumo, o n.º 54, que pode ser consultado aqui.

Resposta ao desafio do Picuinhas

Fui desafiado pelo colega Manuel Menezes de Sequeira a entrar numa discussão sobre a revogação do DL 73/73 que estabelece as competências dos projectos, isto é, que diz quem pode assinar, ser autor, de um projecto de arquitectura. O colega “picuinhas” defende a não revogação. Alega que por decreto não se faz nada. Pois bem, parece-me que este desafio do Picuinhas está prenhe de contradições e de coisas sem sentido.
Não me vou alongar muito por falta de tempo para isso e por ter lido já outras respostas bem estruturadas ao mesmo.

Apenas quero deixar alguns dos meus pontos de vista sobre o assunto.

Assim, comecemos:
1. Antes de mais julgo que tal vai de encontro à legislação Europeia – mais não é do que a transposição para a legislação portuguesa de uma normativa Europeia que impõe que a arquitectura seja feita por arquitectos, pois estes são os únicos que receberam formação – boa ou má, isso é outra discussão – para realizar este serviço. Ninguém de bom senso vai a uma lavandaria pedir para lhe enviarem um canalizador a casa para consertar a máquina da roupa! Mas é isso que acontece em Portugal, onde as pessoas vão às câmaras dizer que querem fazer uma casa e saem de lá com o contacto do porteiro que faz uns desenhos e que lhe trata do assunto...
2. A revogação do DL não tem, quanto a mim, qualquer relação com uma obrigação a se fazer arquitectura por decreto. Antes restituí um direito que era consagrado aos arquitectos e que por causas diversas foi revogado “temporariamente” em 1973 e que se mantém em vigor ainda hoje, 30 anos depois! É apenas o repor da justiça e da legalidade, já que as causas que motivaram a criação do 73/73 há muito que foram ultrapassadas.
3. É evidente que não é apenas este gesto – revogar o 73/73 – que vai transformar a arquitectura em boa arquitectura e numa profissão com futuro, dignificada. Mas este é um passo fundamental para isso. Julgo que a par com a criação da Ordem dos Arquitectos e com a “massificação” dos arquitectos em todo o país, estes são os princípios fundamentais para que a arquitectura seja, por um lado, uma profissão com futuro e por outro lado irá permitir a selecção natural dos arquitectos por parte do mercado. Coisa que actualmente não acontece visto que há agentes técnicos, técnicos de engenharia (vulgo engenheiros técnicos) e engenheiros civis que projectam e assinam como qualquer arquitecto, pelo que este mercado é distorcido: não é disputado por cerca de 10 mil arquitectos mas sim por cerca de uns 100 mil profissionais (ou mais, não deve haver forma de contabilizar...) que vão desde o engenheiro de minas até aos porteiros das câmaras!
4. A qualidade da arquitectura praticada tem a ver com a formação que o arquitecto teve, mas também tem a ver com a mentalidade do promotor imobiliário e do dono da obra. É que por muita e de qualidade formação que o arquitecto tenha, quando o promotor é o chamado “bronco” que só vê notas à frente e quer é valorizar economicamente o seu empreendimento, não há arquitecto que salve a situação... E quando é o dono de obra remediado, do crédito bancário a 40 anos, lá se vai a “arquitectura de revista” que não é compatível, na maioria das vezes, com o exíguo espaço disponível para desenvolver o programa pedido, sabendo que muitas vezes até a própria construção é erguida pelo próprio dono da obra ao fim de semana com os amigos e familiares...
5. Portanto, em jeito de conclusão, o que posso dizer sobre ser arquitecto e ser contra a revogação do DL 73/73? Que é uma enormidade, uma barbaridade. Porque enquanto tal não acontecer de facto o futuro dos arquitectos é negro e da arquitectura e urbanismo é pior do que isso – e não me venham com a defesa de quem está a trabalhar no mercado há muitos anos e que vai ser prejudicado porque não é arquitecto! É que se está há muitos anos no mercado e ainda não é arquitecto, já o podia ser – conheço alguns que conseguiram tirar o curso, com sacrifícios enormes mas que graças a isso estão agora em boa situação. E não é por falta de arquitectos que não trabalham – afinal, sabemos que no mercado existem muitos colegas desempregados ou a trabalhar em profissões “paralelas” como decoração, vendedores de imóveis, etc – por falta de serviço compatível. E assim um gabinete de um agente técnico ou de um engenheiro civil pode ter um (ou mais) arquitectos na equipa, entrando na “legalidade”!
6. Portanto, não há qualquer justificação possível para contrariar a revogação do DL 73/73. Que já devia ter acontecido há muito! E nem devia ser objecto de discussão entre os arquitectos... de tão evidente, justa e necessária que é a sua premência em ser executada!

E por aqui e por agora me fico, reservando-me o direito de intervir novamente se tiver tempo e achar que tal é importante e necessário.

2003/11/18

O estacionamento do Estádio D. Afonso Henriques (Guimarães)

Pois é, conforme prometido, cá vou eu falar sobre o parque de estacionamento construído no estádio.

Sábado, 18H00.
A cidade estava encravada de transito, chovia bastante, não havia um lugar para estacionar o automóvel perto do estádio e o jogo quase a começar. Lembrei-me que o estádio agora tinha estacionamento. Fui para lá. Entrei, rapidamente encontei um lugar para estacionar no piso por onde entrei e perto da saída (julgava eu...) pelo que todo contente, lá ,e dirigi para o meu lugar na bancada.

Sábado, 20H45.
Terminado o jogo e após encontrar um conhecido na saída, com quem estive a falar um pouco, dirigi-me para o parque. Primeiro baque: uma enorme fila na caixa para pagamento que me disseram ser única! Afinal, depois de 5 minutos à espera, descubro, quando vou para o meu carro, que afinal havia mais máquinas, mas mal sinalizadas...

Sábado, 20H55.
Dentro do carro, saído do local onde estacionei, tenho uma enorme fila de viaturas à minha frente para sairem também. Não percebo porque não andam. Afinal, na rua (visivel do interior do parque) o transito parece fluir bem, apesar de compacto. Quando finalmente começo a andar, percebo que apesar de estar ao nível da rua e perto da saída, sou obrigado (mesmo, não tenho outra alternativa) a descer à cave, a contornar a cave de forma a, finalmente, poder regressar ao nível da rua para poder então sair!

Sábado, 21H25.
Finalmente, saí do parque de estacionamento!

Conclusão - Por mais que eu quisesse complicar a vida aos automibilistas no parque de estacionamento, enquanto projectista, eu não o conseguiria! Qualquer pessoa percebe que um parque de estacionamentonum estádio será o local preferido pelo adepto para estacionar. Pelo que no final do jogo, haverá uma "hora de ponta". Pelo que ter apenas uma saída para um automóvel de cada vez numparque de cerca de 600 lugares significa que se cada um demorar 6 segundos a sair (tempo de colocar o cartão, levantar a barreira, sair e baixar a barreira para o carro seguinte repetir a operação) tal significaria, em lotação esgotada, que o último carro sairia 3600 segundos depois (isto é, UMA HORA!) depois do primeiro! Juro... Não acredito que a mesma pessoa que foi capaz de projectar o estádio, que me parece funcional, tenha sido capaz de executar este parque de estacionamento!!!
Remédios:
1. Nunca mais vou utilizar este parque em dias de bola.
2. Quando usar o parque, tenho de por o carro na cave para poder sair mais depressa.
3. Fazer um segundo acesso do parque directo à Rua de S. Gonçalo pelo local onde antigamente se entrava para o estacionamento à superficie que lá se encontrava - aliás, até ainda lá estão as guias de granito rampeadas...

2003/11/17

Estádio do Dragão - A opinião do arquitecto!

Eu tentei estar lá, mas o adepto esteve mais tempo do que o arquitecto...

No entanto, posso desde já deixar algumas impressões.

1. Urbanisticamente, parece-me excepcional. Criou uma enorme alameda que direciona desde a igreja das Antas (e da avenida dos Combatentes) até ao novo estádio os adeptos de forma a que estes vão descobrindo, aos poucos, a estrutura da cobertura primeiro e o próprio estádio depois, conforme a cota do terreno vai baixando. E desta forma o impacto do estádio nos olhos do adepto é brutal (de forma positiva) pois vai-se descobrindo aos poucos e afirmando-se perante a paisagem, mas de uma forma sublime e não agressiva. O que não é nada fácil sabendo a enorme massa de betão que é... A alameda - que penso ser o futuro local de comemoração dos titulos - vai ter à esquerda uma zona habitacional no local onde agora se encontra o "velhinho" Estádio do Futebol Clube do Porto (e errradamente chamado de Estádio das Antas), o estádio a rematar a mesma e aquilo que é o calcanhar de aquiles do seu lado direito: uma enorme massa de terras, muros e traseiras de edificios. Talvez um arranjo com uns muros de gavião, algumas plantas e algumas intervenções artisticas nesses murais (entre azulejos e pinturas) possam contribuir para um melhor aspecto futuro.

2. O Exterior do Estádio do Dragão
Sumptuoso. Claro, sem cores vibrantes, vale por si próprio, não se escudando em cores garridas para chamar a atenção. Bastou-lhe um bom estudo para implantação, uma arquitectura moderna, de linhas simples mas fortes, entre o redondo do próprio estádio e o horizontal que o mesmo impõe, com grandes superficies vidradas (mas não espelhadas) e permitindo, aqui e ali, vislumbrar o seu interior - e como resultou bem este pormenor, permitindo ao adepto que se aproxima entrar no Estádio e sentir a sua vibração ainda antes de lá estar...
A enorme praça (já chamada de S.Pedro) que rodeia o estádio também está muito bem concebida e permite filtrar logo ali os adeptos e os curiosos e borlistas. E permite que se aceda ao Estádio sem confusões, empurrões e aglomerações de pessoas.

3. O Interior do Estádio do Dragão
Corredores espaçosos, facilidade de circulação. Muitas portas de entrada, muitas bocas de acesso às bancadas.
Os espaços não são crús, mereceram tratamento cuidado (o pormenor dos vidros inclinados para proteger do vento e permitir ventilar as diversas "praças de alimentação" que se sucedem ao longo do estádio) com cores claras, entre o azul pastel e o azul mais escuro, algum inox e tons pastel nos pavimentos e tectos. Os bares poderiam estar num qualquer centro comercial, onde não faltam sequer as pipocas... Os espaços são amplos, largos, com um bom pé-direito e arejados, com muita luz e vistas para o exterior.

4. As bancadas
Muito inclinadas, permitem que mesmo os espectadores que estão nos locais mais altos não estejam muito afastados do relvado - de tal forma que se pode ver os seus números nas camisolas, as suas caras e até ouvir os seus berros em momentos de maior "acalmia vocal" do público. O sistema sonoro é fantástico (da conhecida marca Bose) e a iluminação que a Siemens preparou para o estádio é fantástica: não encandeia e ilumina muito bem todo o campo, não se vendo as tradicionais sombras em forma de cruz que a iluminação tradicional dos postes provoca. E para além disso permitiu classificar este estádio como ecológico - e é o primeiro da Europa a conseguir esta distinção, o que nos deverá encher de orgulho como portugueses - pois permite poupar energia e diminuir a emissão de gases poluentes, dentro do espirito de Quioto...
E a cobertura? Muitos perguntavam-se como é que ela se segurava... É uma amostra da boa coabitação entre os arquitectos e os engenheiros: o arq. Manuel Salgado sonhou, o eng. António Reis tornou o sonho realidade!
A sua beleza vem da forma como abraça o estádio, como se adapta às bancadas (e ninguém anda às cabeçadas na cobertura...) e a sua leveza vem da transparência do material e do ferro pintado de branco que torna toda a estrutura muito mais leve e "invisivel" à luz do dia.

5. Conclusão
Como muito bem referiu o Miguel Sousa Tavares, ainda bem que foi o Arq. Manuel Salgado a projectar o estádio (apesar de benfiquista...) e não nenhum dos supra-sumos da arqitectura nacional e dos favores da imprensa... É que mais ninguém conseguiria dar esta unicidade espacial que ele imprime nas suas obras, como ficou demonstrado com a Expo-98...
Caro colega, os meus muito sinceros parabéns! Esta obra - não apenas o estádio, mas todo o espaço urbano - merecem um prémio; como não depende de mim poder oferecer-lhe este prémio, fica aqui registado o único que posso atribuir: o meu reconhecimento! Parabéns.

Estádio do Dragão - A opinião do adepto!

Eu estive lá! O bilhete diz tudo: bancada Nike, porta 25, boca 31, sector 36, fila 26 (bem lá em cima!) e lugar 6. Ao lado, no lugar 7, está o meu pai.



Quando cheguei ao estádio acedi rapidamente ao seu interior. Os breves relances do interior que fui tendo do exterior anunciavam desde logo uma óptima imagem. Mas ainda não recuperei o folego do "baque" que tive no momento em que através da boca 31 pude - finalmente! - vislumbrar o Estádio do Dragão na sua globalidade. E aquilo que vi foi lindo! Espectacular! Fabuloso! Fantástico! Impressionante! Magnifico! Estonteante! Maravilhoso! Não sei, mas apesar de ter usado 8 palavras para adjectivar aquilo que senti, julgo que mesmo assim não consigo reproduzir a sensação de esmagamento que senti perante a multidão azul que vi, perante as bancadas repletas, perante a cobertura que pairava sobre as nossas cabeças, perante uma iluminação feérica, perante os paineis electrónicos de alta resolução, perante o relvado que fica tão próximo da bancada...

Já por fora ele é bonito, apesar de ser uma enorme massa construtiva, parece que sempre esteve ali, parece que aquele local sempre foi para lá colocarem um estádio. Mas por dentro, que coisa linda! Já estive no estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Já fui ao local do estádio do Braga, do Arq. Souto Moura. Mas não há comparação com isto.

Se mais não tivesse feito, Pinto da Costa entrava para a história do F.C.Porto pela magnifica casa que soube oferecer ao clube. Mas como para além disso ele ofereceu titulos nacionais e internacionais, em diversas modalidades, Jorge Nuno Pinto da Costa ficará para sempre e incontornavelmente ligado à história do Porto-clube e do Porto-cidade e do desporto em Portugal.

E, sem dúvidas, este é o estádio mais bonito de todos...

Para aperitivo, e antes de colocar as fotos que tirei (se é que sairam bem...) fiquem com esta animação flash da TSF:


O ridiculo mata...

...e mais não digo!
Mas diz o Bartoon desenhado pelo magnifico Luis Afonso do Público de hoje muito melhor do que eu...

Mais um desafio...

Em breve darei conta das minhas emoções como adepto e como arquitecto do novo Estádio do Dragão.

Mas entretanto surgiu mais um desafio: participar no debate que o Picuinhas lançou sobre o "direito à arquitectura". Coisa que não recuso, mas não sei ainda quando o poderei fazer.

2003/11/16

O Desafio

A Lapiseira desafiou-me para aquele que será o mais dificil de todos os trabalhos de casa que já tive!
Despir a farda do adepto "fanático" e colocar o capacete de obra para apreciar o Estádio do Dragão hoje.

Confesso que o trabalho será ciclópico! Mas vou tentar fazer o meu melhor...

Para amanhã deixo novidades sobre o Estádio D. Afonso Henriques, onde fui ontem assistir à derrota de Portugal frente a uma França claramente mais forte e poderosa. Para "adoçar o bico": de todos os parques de estacionamento onde já estive, este é, sem margens para dúvidas, o pior! E para já mais não digo que hoje o dia é de festa...

2003/11/14

Noticia do Independente sobre a Casa da Música no Porto

Dá-lhes música

Arquitecto responsável pela Casa da Música desrespeitou os prazos e os custos previstos,
mas já recebeu 900 mil contos do contrato e 200 mil em prémios de produtividade

Adelino Cunha
acunha@oindependente.pt


A Casa da Música já pagou cerca de 5,5 milhões de euros (1,1 milhões de contos) ao arquitecto responsável por um projecto que está quatro anos atrasado e cujos custos derraparam quase 200 por cento.
O Independente soube que o anterior Conselho de Administração (CA) pagou ao holandês Rem Koolhaas 4,5 milhões de euros (900 mil contos) a título de remunerações contratuais e cerca de um milhão de euros (200 mil contos) em prémios de produtividade. O valor actual contratualizado é de oito milhões de euros (1,6 milhões de contos). Os pagamentos adicionais autorizados pela administração de Rui Amaral estão a levantar dúvidas junto dos seus sucessores e dos auditores do Tribunal de Contas, responsáveis pela análise em curso às contas da sociedade.
O arquitecto desrespeita os prazos estabelecidos e, apesar de os contratos preverem o accionamento de cláusulas de penalização, os anteriores administradores optaram por pagar prémios de produtividade.
Rem Koolhaas venceu o concurso público para a construção da Casa da Música essencialmente por garantir duas condições exigidas pela sociedade promotora da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura: conclusão das obras até 2001 e contenção dos custos.
As informações da actual administração revelam que a Casa da Música talvez esteja pronta em meados do próximo ano e que o projecto irá custar quase 100 milhões de euros.A data inicial para a inauguração apontava para 2001 e os custos estimados deveriam rondar os 34 milhões de euros.
Filhos e enteados. O relatório de actividades da Sociedade Porto 2001 correspondente ao exercício de 1999 pontava Outubro de 2001 como data-limite para a conclusão das obras.
Nos exercícios seguintes, a inauguração da Casa da Música foi sendo remetida para Abril de 2002, Agosto de 2002 e Junho de 2004.
O atraso total será de quase quatro anos, e até a actual previsão de data está seriamente comprometida, conforme já admitiu o administrador Manuel Alves Monteiro. A derrapagem nos custos é também evidente. Em 1999, as obras deveriam custar 33,8 milhões de euros, passaram para 42,3 no ano seguinte, 55,3 em 2001 e 7,7 milhões de euros em 2002. Os actuais dados oficiais assumem como previsão orçamental para este ano um custo de 98,9 milhões de euros, ou seja, 192,47 por cento acima do orçamento previsto em 1999.
Em escudos, os custos da Casa da Música passaram de seis milhões para 19 milhões de contos.Três vezes mais. A impossibilidade de cumprir o orçamento previsto e as datas exigidas justificou que muitos outros potenciais candidatos optassem por não concorrer. Caso do prestigiado arquitecto portuense Alcino Soutinho. Em recente entrevista ao “Diário de Notícias”, o arquitecto disse que se praticou “uma injustiça aos arquitectos portugueses que disseram não poder cumprir os prazos estipulados. Koolhaas disse que sim e não os respeitou: faltam as infra-estruturas, o que se repercutirá nos custos”.

Martelada.

No final de 1998, Rem Koolhaas assinou um contrato com a administração da Casa da Música no valor de cerca de quatro milhões de euros. As partes também definiram o pagamento das despesas correntes e uma fórmula para os prémios por objectivos. O arquitecto holandês teria direito a 10 por cento do valor global se superasse o cronograma aprovado. Pelo meio houve ainda um reforço de honorários.
O decorrer das obras tem demonstrado um total desrespeito pelos orçamentos e permanentes atrasos na entrega dos projectos de especialidade. Mas Koolhaas continua a receber os seus prémios por objectivos.
Rem Koolhaas é um prestigiado arquitecto holandês já distinguido com o “nobel da arquitectura”, o Pritzker
de 2000. Uma das suas biografias, que circula na internet, é ilustrativa: “As suas propostas arquitectónicas
destacam-se pela polémica, e mesmo quando não são construídas tornam-se paradigmáticas.”

Parabéns, Pai!

É apenas uma palavra, mas com muito significado: PARABÉNS! A tua prenda chega domingo... no Estádio do Dragão. Que tenhas um bom dia...

2003/11/13

Afinal já se fala do Congresso da OA

Pois é, parece que já não estou só na blogosfera a falar sobre o assunto!
A Epiderme já falou sobre o assunto, bem como umas breves referências do Projecto, do Blog Sem Nome e do RandomBlog.

Custou, mas parece que finalmente começa a surgir a obra depois do projecto devidamente aprovado pelas autoridades competentes (ou então não!, como diria o Nuno Markl, Pedro Ribeiro e Maria de Vasconcelos no para mim saudoso Programa da Manhã...).

McCarthy em destaque no site da UEFA

Esta semana, na revista da UEFA o detaque é do Benny.
A ler aqui.

Estádio do Dragão

No domingo é a inaguração do Estádio do Dragão e eu já tenho o meu bilhete...

O espaço, do ponto de vista urbanistico, parece-me excepcional: tem um beleza enorme, resolve uma série de situações daquela zona e faz um remate explendido quer da VCI (que fractura toda a zona de Campanhã) quer da nova Alameda criada para o efeito. Só falta resolver a enorme escarpa do lado direito (quem desce a alameda) que deixa à vista as traseiras de uma série de prédios que desvirtuam aquele local para a intervenção ser perfeita.

Agora quero ver a funcionalidade: não só a do espectador (como eu) mas vou estar atento ao que os repórteres vão dizer na rádio e às imagens que a TV nos vai fazer chegar. Passo a explicar: o Alvalade XXI tem problemas de organização dos espaços para a comunicação social (diferenças de 3 ou 4 andares entre duas zonas de trabalho que deveriam estar anexas) e as camaras de TV estão posicionadas de tal forma que quase nem se vêem as bancadas opostas, deixando apenas à vista o fosso que as separa do campo, o que é sempre desagradável visualmente. O Bessa XXI também padece de um problema idêntico ao Alvalade XXI no que toca a organização e distribuição dos espaços. Do novo Estádio da Luz não ouvi grandes queixas, tal como do Estádio D. Afonso Henriques (neste os problemas parecem ser outros, bem mais graves...).

Por isso, não vejo a hora de estar na bancada poente Nike D, sector 36, fila 26, cadeira 6! Nunca mais é domingo...

2003/11/11

Congresso da Ordem dos Arquitectos

Com este post de hoje terminei uma série de posts dedicados a este assunto.
Dos vários blogs de arquitectura que costuma visitar, apenas um fez menção de falar sobre o assunto (o Random Blog) e até agora ainda não concretizou.
Em todo o caso, a problemática do Gehry em Lisboa (por um lado o valor dos honorários, por outro lado a questão da adjudicação directa da obra) tem feito correr alguma tinta entre os blogs (e não só os de arquitectura...).

Mas pergunto eu: o que é mais importante? Saber se uma determinada obra deverá ser entregue directamente ou por concurso a um estrangeiro ou discutir sobre toda a classe, os seus problemas, anseios, dificuldades?

Eu julgo que mais interessante do que andar a debater a qualidade do Gehry (que tem obras excepcionais e outras medianas...) é discutir o presente e o futuro dos arquitectos em Portugal e na Europa. Porque sempre vão existir projectos de grande envergadura que serão entregues aos grandes nomes mundiais. Mas o que preocupa a maior parte dos mais de 10 mil arquitectos não são esses projectos; são aqueles que lhe garantem os rendimentos necessários para manter um atelier aberto, alimentar a familia e poder viver em vez de sobreviver...

Por isso exorto daqui os restantes arquitectos da blogosfera a entrar nesta discussão que poderá trazer muito mais coisas importantes para cada um de nós do que os milhões do Gehry para fazer o Parque com ou sem casino e mais as torres do Siza em Alcantara...

2º Congresso da Ordem dos Arquitectos - Conclusões

A primeira conclusão é que o Congresso vem em boa hora: urge debater alguns dos temas que se apresentam, a aprovação da petição nacional apresentada no Parlamento trouxe novas responsabilidades (mormente no que toca à substituição do velhinho, vestuto e desactualizado Decreto Lei 73/73) e porque a Ordem precisa de afirmar a classe para lá da própria classe e do "circuíto fechado" dos promotores que (já) apostam nos arquitectos como forma de valorizarem os seus produtos.
Para além disso, o programa paralelo ao Congresso, não sendo muito diversificado, acaba por complementar bastante bem o mesmo, com especial destaque para a Exposição "Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970" que irá estar no Paço dos Duques de Bragança, que focará, certamente, de uma forma muito positiva um período que foi extremamente rico no campo da arquitectura mas que é quase desconhecido do grande público.
Agora, só espero que o meu trabalho me permita participar no Congresso...

2003/11/08

No próximo post: Conclusões

Para terminar, conto ainda este fim de semana apresentar algumas conclusões aos 4 últimos posts quie aqui deixei.

2º Congresso da Ordem dos Arquitectos - Os Temas III (A Arquitectura Como Práctica)

Por último, o congresso vai tentar abordar os temas da qualidade e do dever da concorrência desleal. Ou seja, irá abordar a práctica da arquitectura. E muito haverá a dizer, com toda a certeza, neste capí­tulo. Em primeiro porque a qualidade - no projecto, como na própria construção - não deve ser imposta pelo arquitecto mas deve ser reivindicada pelo utilizador. E deve ser encarada por todos os profissionais envolvidos no processo construtivo - isto é, desde os projectistas até aos construtores, passando pelos promotores - como um objectivo que permitirá, a breve prazo, aumentar o nível geral da construção, permitindo uma maior credebilização de todo o sector e maximizando, num futuro próximo, o potencial financeiro deste sector. Porque o tempo em que o "lucro" vinha da mão de obra barata e do aproveitamento dos recursos existentes de fraca qualificaçao já acabou - o presente é já o tempo da especialização da mão de obra, dos materiais, dos projectistas e dos construtores!
Por isso esta palavra tem de entrar rapidamente no vocabulário da construção - Qualidade, uma aposta no presente para um futuro melhor!
Já no que toca à questão da concorrência, a mesma pode ser abordada sobre dois angulos distintos: a relação arquitectos-outras profissões similares e a relação arquitectos-arquitectos.
Se a primeira está em vias de ser resolvida após a aprovação da petição pelo direito à arquitectura, que revogando o Decreto Lei 73/73 irá permitir legislar de forma correcta e justa quem deve ter acesso à profissão e em que condições a concorrência pode acontecer, já a segunda fase relação tem de ser bem estudada e debatida. Antes de mais, julgo que será importante a Ordem dos Arquitectos - como outras Ordens em Portugal - definir uma tabela de honorários de referência. Este gesto iria desde logo permitir esclarecer quem anda a trabalhar dentro de preços de mercado ajustados à realidade sócio-económica de Portugal e quem anda a trabalhar com honorários "tipo-Gehry"! E fundamental será definir as relações entre os arquitectos do sector público e do sector privado. Porque de todas as formas de concorrência desleal que se podem fazer, a maior delas é aproveitar um cargo no sector público, bem remunerado (pelo menos a remuneração é garantida e na data fixada) em serviço de exclusividade para fazer trabalhos no sector privado, concorrendo com quem apostou apenas no sector privado (e que pode ser, em certos casos, melhor remunerado, mas sem garantias de pagamento, muito menos em datas fixas...), sabendo-se que os "privados" não têm acesso ao "interior" do "aparelho administrativo" como têm os "públicos", daí derivando uma clara vantagem destes - em especial junto dos clientes mais "apetecíveis" que são os promotores imobiliários que garantem com regularidade os serviços que o cidadão comum (que necessita de um serviço esporádico e ocasional) não garante aos projectistas - por exemplo, com a publicação de um relatório anual em cada Câmara Municipal com os projectos aprovados e reprovados e os seus autores, pois assim toda a população poderia perceber quem são os técnicos que melhor trabalham e daria uma pública forma de transparência quanto à quantidade de projectos de cada técnico e da qualidade através da análise estatística da quantidade de projectos aprovados - afinal, depois de passar por tantos crivos como hoje passa um projecto (câmara, bombeiros, direcções gerais de turismo, ambiente, industria, comércio, etc, CCR's, entre outras, um projecto aprovado é desde logo uma garantia de qualidade mínima! E quando este problema estiver sanado, não tenho duvidas que o sector da construção sairá em muito dignificado. Porque nada melhor do que a total transparência de mercado para que o mercado possa optar por quem dentro de um determinado orçamento melhor cumpre os objectivos que o cliente pretende atingir...

2003/10/23

2º Congresso da Ordem dos Arquitectos - Os Temas II (A Arquitectura Como Conhecimento)

Pergunta-se, e muito bem, "o que sabemos"?
E realmente é possivel afirmar que se sabe muito pouco sobre a arquitectura. Não é fácil justificar perante pessoas que nunca tiveram o hábito de irem a um arquitecto que eles são as pessoas recomendadas (e necessárias) para tratar dos assuntos relacionados com o projecto de uma construção. Porque tiveram a formação adequada para isso; porque têm uma visão mais abrangente de um projecto e estão habituados a servir de "ponte" entre as várias disciplinas/matérias envolvidas. Por isso defender a arquitectura passa por explicar, de forma clara, que um projecto não é apenas um conjunto de "riscos" numas folhas! É muito mais, é ter vários conhecimentos (cada vez menos básicos e mais aprofundados) de diversas matérias de forma a fazer a gestão e coordeação de algo que é cada vez mais complexo, que é realizar um projecto de uma construção. Quantas pessoas saberão o que é necessário para se poder obter uma licença de construção? Este é um bom tema para um próximo texto...
Por isso é importante analisar os conhecimentos que temos e que deveriamos ter! Ou analisar o impacto da arquitectura, de cada projecto, na vida real e no espaço urbano. Ou da importância da arquitectura nas políticas culturais.
Por tudo isto, é necessário também analisar também, para além da formação inicial (o curso!) a formação contínua - pois esta é a que permite a qualquer profissional manter-se actualizado e apto a desenvolver de uma forma mais eficiente a sua profissão. E no caso dos arquitectos, essa formação é essencial devido ao novo regime de responsabilidade e qualificação profissional que substituiu o "velhinho" Decreto-Lei n.º 73/73.

No próximo post: Os Temas III (A Arquitectura Como Práctica)

2003/10/21

2º Congresso da Ordem dos Arquitectos - Os Temas I (A Arquitectura Como Recurso)

Com algum atraso, cá vai um breve comentário sobre os temas a que se vai dedicar este congresso.

A ARQUITECTURA COMO RECURSO
A ideia de conceber a disciplina Arquitectura como um recurso parece-me interessante. Aliás, julgo mesmo que se poderá dizer que é um recurso fundamental na área da construção civil, mas que não é valorizado de forma equitativa a outros recursos. Senão, a média de cerca de 7% de despesas com projectos, por vezes inferior ao que se gasta em taxas e licenciamentos, provam-no!
O grosso do orçamento é com a construção; apenas uma pequena parte serve para compensar os projectistas (e destes 7% não é tudo para os arquitectos, pois também aqui estão projectistas engenheiros...).
É por isso fundamental valorizar este recurso, em especial num mercado cada vez mais aberto, técnico e cheio de específicidades.
É também fundamental fazer valer o peso deste recurso junto do poder decisório, i.e., político! Porque só assim será possível exigir dele o estabelecimento de uma estratégia nacional para a arquitectura, património, urbanismo e ordenamento do território.
É preciso que o poder político perceba que este recurso tem sido desbaratado e muitas vezes apenas utilizado como forma de defender decisões políticas que os políticos não querem assumir, usando do prestígio dos arquitectos junto da comunidade para tal.
O que traz à colação o problema de quem deve o arquitecto servir: o requerente, o licenciador, a própria arquitectura, a comunidade onde se insere? Porque por vezes há uma total incompatibilidade entre todos estes interesses e é o arquitecto que se vê com o problema nas mãos e tem de lhe dar uma resposta que agrade a todas as partes, sob pena de não o fazendo não conseguir completar a obra!
Por último, julgo que será ainda intenção do congresso falar nesta parte sobre questões de autoria (nomeadamente na função pública mas também se poderá falar da problemática dos gabinetes) e da autonomia dos arquitectos quando ao serviço de outros (seja função pública, sejam privados). Porque como profissionais liberais não estamos sujeitos a nenhum ditame, mas como profissionais do quadro ao serviço de políticos ou outros arquitectos, poderão surgir situações de conflito que poderão ser minoradas se houver uma maior clarificação quanto a estes aspectos.

No próximo post: Os Temas II (A Arquitectura Como Conhecimento)

2003/10/16

2º Congresso da Ordem dos Arquitectos - Os Objectivos

Recebi esta semana a publicação publicitária do congresso que se realizará aqui em Guimarães, de 27 a 29 de Novembro, no Pavilhão Multiusos.

Desde logo ressaltam os ambiciosos objectivos do evento:
* constituir um momento de grande afirmação da arquitectura;
* discutir a situação nacional da arquitectura, do património construído e do território;
* abordar os problemas concretos que afectam a prática profissional;
* fomentar um debate aberto;
* alcançar conlusões objectivas e definir prioridades de actuação no quadro da profissão;
* proporcionar, através de uma organização efeciente, oportunidades de convívio e de qualificação profissional.

Dissecando um pouco estes objectivos, julgo que qualquer congresso de determinada categoria profissional é sempre um momento de afirmação da mesma. Assim seja possível discutir a situação nacional da arquitectura e do urbanismo e isso trará, com toda a certeza, essa mesma afirmação.
A abordagem dos problemas concretos é fundamental: julgo que durante muitos anos a OA (então apenas Associação, AAP) andou alheada da realidade, imersa num ante-projecto onirico que não se transpunha para o projecto de execução do quotidiano. Mas, reconheço até porque não votei na actual Bastonária, hoje as coisas estão diferentes.
Por último, e este é um objectivo deveras ambicioso para qualquer português, pretende-se alcançar conclusões objectivas (sabe-se como nós gostamos de dialogar, mas quando chega o momento de tirar uma conclusão para actuar é que são elas...) e definir prioridades de actuação no quadro da profissão. Caso se cumpram estes objectivos, este será, sem dúvidas, um congresso de sucesso e afirmativo da classe perante o país!

Amanhã: Os Temas

2003/10/09

Ainda sobre o Dia Mundial da Arquitectura

O meu amigo Xana, estudante de Engenharia Civil, deixou algumas considerações interessantes ao meu "post" de ontem.

Cabe-me esclarecer que tudo aquilo que falei são casos dos quais tenho conhecimento pessoal mas cuja prova, para mim sendo dificil de a fazer, é relativamente simples de produzir para quem puder fazer uma contabilidade dos autores de processos nos serviços de urbanismo e loteamentos das Câmaras Municipais. Quando falei de turbo-engenheiros, não quero dizer que são todos assim; nem que são Engenheiros Civis! Para além destes, também os Engenheiros de Minas e os Engenheiros Técnicos assinam projectos de arquitectura. E se os Engenheiros permitem que bacharlados em engenharia sejam chamados de Engenheiros, a culpa não é minha... Aliás, costumo fazer a distinção dizendo que uns são Engenheiros e outros são Técnicos em engenharia!
Mas o que é facto é que há pessoas com este grau académico que assinam centenas de projectos por ano. A partir de casa ou pequenos escritórios. E eu sei que isso não é possivel assim, pelo que só podem ser TURBO-engenheiros...

Quanto às competências que as universidades facultam aos seus alunos, em teoria estão muito bem. O pior é quando estes chegam ao mercado de trabalho e vêm que afinal a maior parte daquilo que andaram a estudar tem muito pouco campo de aplicação e sentem-se desorientados e com necessidade de voltar a aprender outra vez. Foi o que se passou comigo e com diversos outros arquitectos e engenheiros com quem fui contactando ao longo destes anos desde que me licenciei. A conclusão a que rapidamente cheguei é que o ensino superior na área da construção é muito pouco orientado para o mercado de trabalho. Mas o mesmo não se passa com as pós-graduações, que são muito mais próximas da realidade laboral.

Depois, não contesto a separação de funções. Antes pelo contrário, defendo-a! Admito deixar de fazer direcções de obra - para as quais só ao fim de algum tempo de trabalho me passei a sentir mais vocacionado - se ficar com o exclusivo do projecto. Mas não aceito que não possa fazer algumas das especialidades, pelo menos até determinadas dimensões, uma vez que posso adequirir esses conhecimentos. Afinal, para poderem subscrever determinados projectos (como gás, acústica ou térmica) os engenheiros têm de frequentar uma acção de formação; e se os arquitectos puderem frequentar algumas acções de formação em determinadas áreas, porque para tal estão vocacionados, podem perfeitamente subscrever esses projectos (aliás, essa é a ideia que preside aos alvarás dos construtores, por escalões dos valores de obras que podem realizar em função dos pessoal que dispõem nos quadros da firma).

Por último, no que toca ao capitulo financeiro, a questão dos honorários é sempre complicada... Mas a qualidade que um projecto elaborado por um arquitecto pressupõe é, à partida, superior àquela conferida por um não-arquitecto. Aliás essa questão é tão importante que é em função dela que escolho os meus colaboradores em cada projecto: se é algo com qualidade e que me garanta bons honorários, trabalho com um Engenheiro Civil; se é um projecto simples e despretencioso, cujos honorários são normalmente mais fracos, então trabalho com Técnicos de Engenharia. Agora, Xana, tira as conclusões...

Mas foi bom teres tocado nesses assuntos, pois é sempre agradável debater desta forma com alguém que está disposto a trocar argumentos de forma correcta.

2003/10/06

Dia Mundial da Arquitectura

Hoje é dia mundial da Arquitectura.

E este ano que passou foi um ano muito positivo para os arquitectos portugueses.

Em primeiro devido à petição "Pelo Direito à Arquitectura" que juntou mais de 50 mil assinaturas de cidadãos que entendem que a arquitectura deve ser practicada pelos arquitectos - nada mais justo e idêntico ao que se passa noutras classes profissionais: a medicina é dos médicos, a advocacia é dos advogados...

Depois porque a Ordem dos Arquitectos tem sabido promover diversas actividades - conferências, exposições, visitas a obras - que de algum modo têm vindo a ter impacto público e bastante divulgação por parte da comunicação social.

Finalmente, porque este ano irá se realizar o 2º Congresso da Ordem dos Arquitectos, aqui mesmo em Guimarães, e que provavelmente abrirá ainda ao público, dando mais visibilidade, esta arte/disciplina/profissão que durante tantos anos foi tão mal tratada neste país de empreiteiros de lucro fácil, de desenhadores de vão de escada e de turbo-engenheiros autores de mais de 200 projectos por ano!

Mas hoje é dia de festa! Vamos todos celebrar este dia, "pelo direito à Arquitectura"!

2003/10/02

Eu não disse?

Pois disse, estava com a sensação que a coisa não ia correr bem!

Não é que não tivesse começado bem, porque até começou. E quando o Real Madrid empatou, o FC Porto estava mais próximo de marcar o 2º do que de sofrer aquele golo. Mas como diz a velha máxima do "futebolês", quem não marca, sofre! E como não marcou, o FC Porto sofreu o golo que acabou por virar o desfacho final do jogo, já que a partir daí não mais o Real foi o mesmo - começaram a ser mais "galácticos" e menos "superstars"...

Enfim, este ano ainda não vi o FC Porto do ano passado que arrasou a Europa. Mas acredito que ele está aí para surgir...

2003/10/01

Está na hora Real!

Por motivos profissionais - e pelo estado do tempo - não fui às Antas ver a bola!

Bolas!!!

Mas também não estou com grande fezada. Pode ser que me engane...

Mas vou mas é ver o jogo que já começou. PPPOOOORRRRRTTTTTOOOOO!!!!!

2003/09/30

Feira do Lar

Amanhã começa a Feira do Lar e eu ainda estou a trabalhar de forma a acabar de preparar os panfletos e cartazes para afixar no stand da promotora da obra.

Durante o dia estive muito ocupado e não tive hipóteses de cá vir. E como agora o tempo também é curto, este "post" também se vai ficar por aqui...

Por último, um abraço para o Alexandre - Xana para os amigos - e um muito obrigado pelas tuas palavras, (de facto é bom saber que ainda existe e que muitas crianças de Guimarães passaram pelo infantário da "tia" Fatinha, a filha do "nosso" célebre Edmur, ao longo destes 29 anos de actividade do infantário - mas sabes que quando o tempo é curto não podemos ser muito profundos e esse tem sido o problema. Quando houver mais tempo, talvez encontres neste blogue aquilo que esperavas encontrar (mais acutilância, por exemplo...) e que só a espaços tenho conseguido fazer.

2003/09/29

O meu infantário!

Eram quase 6 horas da tarde.
Passei à porta do meu "velhinho" infantário, da "tia" Fatinha.

Entrei.

Pedi para falar com ela que - como é evidente - não me reconheceu. Mas ao dizer o meu nome e de quem era filho, uma luz se acendeu e a memória fez um flash-back de quase trinta anos para me encontrar novamente nas suas memórias perdidas.
Depois de falarmos um pouco, mostrou-me o infantário. Ainda paracido com o que era, mas agora ocupa toda a cas (antigamente parte dela era a habitação da família) e de repente, senti-me outra vez pequenino e lembrei-me dos espaços que ocupei entre os dois e os cinco anos de idade!

Gostei de ver outra vez a "tia" Fatinha, filha do afamado (em Guimarães) ex-jogador de futebol Edmur - considerado pelos sócios do Vitória como um dos melhores, senão mesmo o melhor jogador de sempre da equipa.

Hoje senti-me mais novo. Agora vejo que o tempo passa por nós a correr.

A Daisy já cá está...

...desde sábado. A Daisy é a minha cadela, faz hoje três meses de idade.
Como é lógico, nesta idade faz apenas três coisas: comer, dormir e asneiras. Sendo que a ordem é inversa à proporção com que faz cada uma das coisas...

Talvez esta semana consiga por on-line uma foto dela.

2003/09/26

Mudei...

...de e-mail e sinto-me como se tivesse mudado de casa!
Avisar todos os conhecidos do novo e-mail.
Alterar sitios onde estava inscrito com o velho e-mail.
Subscrever novamente listas e grupos.

Enfim, se isto for exemplo, acho que nunca mais quero mudar de casa...

2003/09/25

"Especialista"

Pois é, desde o dia 15 de Setembro que sou especialsta em "Processos e Gestão da Construção" e só hoje é que descobri!

Como nas minhas voltas e afazeres passei à porta da Universidade do Minho, resolvi entrar e ver se já teria saído a nota do exame que fiz no passado dia 5 de Setembro. E, como se depreende, efectivamente já estava afixada. Não era famosa, mas servia para o que queria - concluir a especialização!

Portanto, agora sou Arquitecto, especialista em Processos e Gestão da Construção...

Comboios...

A linha de comboio que liga Guimarães ao Porto está a sofrer melhoramentos devido ao Euro2004.
Quando ouvi falar pela primeira vez desse projecto, julguei que finalmente teriamos um transporte alternativo aos automóveis para nos deixar no centro da cidade do Porto (ou trazer o utente do centro do Porto ao centro de Guimarães) com qualidade e rapidez.

O tempo foi passando e começou-se a saber mais novidades do projecto. Desnivelamento de todas as passagens de nível, execução de novos apeadeiros e novas estações. Máquinas novas. Tudo parecia encaminhar-se para um "final feliz"!

Mas estamos em Portugal... Então pode fazer-se alguma coisa completa, direita e eficaz? É que se se fizer uma obra assim, já não resta nada para fazer depois, o que se pode revelar um verdadeiro quebra-cabeças!

E então, começaram a asnear. A linha dupla não chega à cidade, julgo terminar em Lordelo (o que significa que dois comboios não podem passar um pelo outro...); os comboios vão manter as paragens em todas as estações e apeadeiros do percurso, não havendo nenhum "expresso" que apenas pare nas estações principais (Guimarães, Vizela, Santo Tirso, Trofa e Porto). O preço, não sendo caro, não será apelativo q.b. pois a duração da viagem está estimada em 1H20! 80 minutos!!

Assim, não! Em oitenta minutos vamos e voltamos ao Porto de carro e em 55/60 vamos de autocarro "expresso". Para que raio é que gastaram milhões de contos (e 5 vezes mais milhões de Euros) se, provavelmente, o raio dos comboios vão continuar a circular quase vazios? Quer dizer que com a anulação de quase 70 passagens de nível e com o alargamento da linha, evitando o transbordo na Trofa e com novas máquinas só se consegue melhorar o tempo da viagem em 20 minutos? Ora quem souber quanto custou a obra toda que me diga quanto é que cada minuto nos vai custar a todos?

2003/09/24

Capitão - capí­tulo 1538 1/3

Pois é.. Afinal, valeu a pena os adeptos do FC Porto atirarem com braçdeiras de capitão para o "Simãozinho"!

Então não é que o "xor" Camacho resolveu fazer um golpe de estado (inspirado, talvez, na Guiné Bissau que deve ser o país mais parecido com o Benfica da actualidade...) e destituir os eleitos democraticamente Hélder, Nuno Gomes e Zahovic para colocar o pedaçinho de pano no braço do Simão?

Isto vai lindo... Em vez de se preocupar em contratar defesas de categoria e de ensinar aos que lá estão que não é para a baliza deles que se cortam as bolas, anda com esta telenovela interminável. E entretanto o FC Porto já leva oito pontos de avanço...

Aceitam-se apostas sobre qual será o próximo capítulo...

2003/09/23

Muito Mentiroso 2

Já é noticia da SIC, no seu telejornal, o semi-desaparecimento deste blogue.
Agora encontra-se vazio, apenas com uma frase emblemática: "Tudo o que eu digo é mentira"!

Nunca citei nada do que ele lá tinha escrito, nem opinei quanto à veracidade (ou não) daquilo que lá estava. Apenas deixei o link activo na página. No entanto, se este não se actualizar, irei retirar esse link, uma vez que uma página vazia não é de interesse algum...

Outra vez o transito!

Novamente o mesmo problema. Uma hora para chegar de Vizela a Guimarães. Dez miseros quilometros, sessenta minutos!

E hoje não há "Cidade sem o seu automóvel".

Mas há muitos automóveis, não só na cidade como nas estradas nacionais, municipais e outras que rodeiam a cidade.

E o resultado é este: 1 hora para fazer 10 Km...

Ajuda na colocação de imagens no Blogspot

Será que alguém sabe como colocar imagens aqui no blogspot? É que eu não consigo fazer o up-load e apenas sei fazer o link para imagens noutros sites...

Desde já, o meu muito obrigado.

2003/09/22

Novamente irreflexões...

O blogue Irreflexões voltou à carga. Desta sobre os incêndios. Ou melhor, sobre aquilo que escrevi sobre os incêndios que têm acontecido neste país.

E neste post acusa-me de dizer que o "Secretariado Nacional do PS, em articulação com o Comité Central do PC e com os radicais chic do Bloco de Esquerda tem vindo a pedir aos seus militantes que, por razões políticas, se imolem, e ao país, pelo fogo."

Mas isso é falso!

Eu não escrevi isso em lado nenhum. Mas é verdade e assumo que escrevi que também por detrás destes fogos estão motivações políticas. E essa a sensação que tenho, chamem-lhe "feeling" ou sexto sentido... Nunca tiveram suspeitas de algo apenas com base naquilo que conheciam mas sem terem hipóteses de provar se tal é verdade ou não? Pois bem, este é um desses casos. A mim parece-me claramente existirem, também e friso outra vez esta palavras - também - motivações políticas atrás de incêndios.

Se algum dia isso vier a ser provado não ficarei contente, muito pelo contrário, pois tal significaria que muitas pessoas não sabem fazer política. Se nunca vier a ser provado, isto não passou de uma ideia que me fica da análise de muitas noticias.

Quais?

Por exemplo: em que concelhos aconteceram os primeiros fogos e de quem são essas câmaras? E em que concelhos os fogos voltaram a reacender um mês depois de terem queimado quase tudo o que havia para arder?
Estas são duas questões que me deixaram com a "pulga" atrás da orelha...

Eu tive coragem de dizer o que penso.
Se isso serve para esse senhor atacar, então força, porque pode escolher muito mais por onde o fazer, porque eu tenho coragem de assumir com frontalidade aquilo que penso...

O caos (ou andar de automóvel em Guimarães)!

Tive de ir a Vizela hoje de tarde.
Ir, ainda fui... Regressar é que foram elas.
Sempre em bichinha desde o cruzamento em Nespereira para Vizela até aqui a Guimarães. Quase uma hora para fazer 10 Km (e pensar que de sexta a domingo fiz quase 1000 Km no percurso Guimarães-Amarante-Régua-S.João da Pesqueira-Fozcoa-Pinhel-Castelo Bom-Vilar Formoso-Almeida-Figueira Castelo Rodrigo-Fozcoa-Marialva-Trancoso-Guarda-Pinhel-Almeida-Castelo Mendo-Vilar Formoso-IP5-A3-Guimarães!) é coisa do outro mundo...

Eu sei que há obras no nó do Castanheiro. E em Covas. Mas só isso não justifica. Porque estou habituado a falar com pessoas que circulando no estrangeiro vêm que nas obras lá muitas vezes são criadas estradas alternativas, temporárias, para reduzir ao mínimo o impacto da obra. Por cá, não só não há esse hábito como nem sequer há o hábito de informar quais são as alternativas, por exemplo.

É o país que temos...

Ferro, Gaspar e a filha de Dias Loureiro!

Ferro Rodrigues foi finalmente notícia novamente, após prolongado desaparecimento!
O cão da sua filha Rita, hospedado na sua casa, havia fugido. E apareceu. Onde? No hotel onde o filho passou a noite de núpcias após o casamento com a filha do Dias Loureiro!
Melhor enredo era dificil...

Política é que não é o forte do homem...

Muito Mentiroso

Acho que estes blogues anónimos são de desconfiar. Porque quem confia no que diz, assume. E assumir é isso mesmo, assinar com o nome próprio.

Mas apesar disso, julgo que não podem ser ignorados. Devem antes ser analisados e lidos com o dobro da atenção de forma a se aperceber aquilo que tem fundamneto e aquilo que não tem.

No caso concreto do Muito Mentiroso, eu avisei desde o principio que nem sabia muito bem como qualificar aquilo.
Hoje concluí­ que muito do que ali estava escrito devia ser por alguém mais ou menos ligado ao processo. Até talvez com alguns interesses envolvidos.
Concluí­ também que a PJ não estará completamente preparada para lidar com estas situações, pois não deverá ser muito dificil descobrir quem é o autor (ou autores...) desta página. Ainda me lembro de há alguns anos atrás o grupo de policia americana especializada em crimes informáticos ter vindo a Braga, à Universidade do Minho, encontrar um "hacker" que tanto quanto eu saiba só regressou dos EUA, então ao serviço do Governo americano, após os atentados de 11 de Setembro porque estava no Pentágono naquele momento...

Já a questão de ter ou não o link é simples: numa sociedade livre e democrática como a internet é, não era por ninguém colocar o link que as pessoas não encontravam o Muito Mentiroso. Os portais de pesquisa permitem o autor registar o site e depois é só encontrar uma palavra chave para pesquisa.
Para mais quando o tema era discutido por centenas de "blogguers" e fazia manchetes de jornais - dos mais populistas Correio da Manhã ou 24 Horas até aos sérios como o Público.

Quanto à questão de ser crime o que lá está escrito por difamação ou algo do género, acredito que sim. Agora por eu ter colocado o link sou cúmplice? Não me parece. Afinal, eu apenas prestei uma informação. Como a SIC ou TVI ou a RTP quando falavam sobre os diversos suspeitos dos crimes de pedófilia e divulgavam filmes e fotos que os pedófilos produziram para "gozo" pessoal! E são eles também criminosos por isso? Ou terão apenas dado uma informação, mais ou menos sencionalista?

Aliás, por algum motivo o blogue hoje está vazio. Talvez a PJ tenha começado a actuar...
E se o blogue deixar de ter interesse, a polémica acaba... até que outra surja no éter dos blogues!!!

"Sociedade: Dia sem carros provocou grande confusão de trânsito em Guimarães"

"Esta segunda-feira, assinala-se em Guimarães o dia sem carros. Em Portugal são 65 os municípios que aderiram à iniciativa.

Em Guimarães a interdição ao trânsito nas principais artérias da Cidade, provocou uma grande confusão com congestionamentos de automóveis. Na prática este não é um dia sem carros, antes um dia com os mesmos carros em menos ruas.
Trata-se de uma situação normal atendendo até às alternativas que a Câmara Municipal não implementou.
Sem medidas alternativas para minimizar e estimular os cidadãos a abdicarem do carro que não fosse a redução dos preços dos parques de estacionamento pagos, Costa e Silva diz que o objectivo era mesmo sensibilizar os automobilistas.
Curiosamente, este dia sem carros que determina a interdição de trânsito na zona intramuros, não afectou o acesso normal ao parque da Câmara Municipal. Ou seja, o poder político Municipal excluiu-se do dia sem carros que decretou."

Esta noticia do portal Guimarães Digital diz tudo. E no Porto o Dr. Rui Rio conseguiu criar tamanha confusão que o dia sem carros já acabou, tendo sido cancelado a partir das 13H00...

Quando a incompetência é mais forte do que a razão, dá nisto!!!
Então o objectivo era mesmo sensibilizar? Que tipo de sensibilização, pergunto-me eu? às filas de automóveis, aos longos minutos dentro do automóvel a aguardar pelo avanço de mais uns metros?
E o exemplo que deve vir de cima? Fica para os de baixo...

Como muito bem concluí a peça jornalística, este dia não foi sem carros; teve foi os mesmos carros em menos espaço graças às ruas cortadas...

Não quero que pensem que sou contra esta iniciativa. Porque não sou e até julgo que deveria ser alargada. Mas com outras condições - parques gratuítos, transportes gartuítos para quem deixou o carro no parque, maior informação dos municipes das alternativas de circulação, etc...

Mas com organizações destas...

IP 5

Pela primeira conduzi ontem na IP5. Já lá tinha passado algumas vezes, mas nunca tinha sido eu o condutor.
Sempre tive a sensação que não era a IP 5 que era perigosa.
Eram os condutores.

Ontem confirmei-o.

A IP 5 está bem sinalizada. O piso encontra-se em bom estado na maior parte do seu percurso, apenas numa ou outra zona está um pouco degradado, mas não é motivo para causar acidentes.
Encontrei todos os tipos de condições metereológicas: sol e calor, chuva torrencial, piso molhado, piso seco.

Não tive acidentes. Não vi acidentes.

Mas vi apressados. Que não sabem esperar um pouco por uma zona segura para ultrapassar carros e, em especial, camiões mais lentos.

Se os condutores tiverem civismo, paciência e urbanidade, os acidentes seriam tremendamente reduzidos - nunca podem deixar de acontecer pois um furo, um problema mecânico ou uma distracção podem sempre causar vitimas. Mas o problema da IP 5 são os condutores, sem dúvidas!

Talvez que a duplicação - ou seja, a tranformação numa autoestrada - que vai seguindo em bom ritmo venha resolver alguns problemas e diminuir o número de acidentes. Mas não seria preciso gastar milhôes de Euros nisso se houvesse mais civismo e consciência quando se está ao volante de um automóvel...

2003/09/18

Outra vez a falta de tempo...

Pois é, mais uma vez não tenho tido tempo para vir aqui deixar umas palavras sobre vários assuntos.
E durante o fim de semana, com toda a certeza também não virei aqui pois não vou estar. Afinal, se amanhã é o meu aniversário e como este ano não tive férias, ofereci-me a mim próprio um fim de semana longe do mundo urbano e vou até ao Portugal profundo - não, não é o Pulo do Lobo, é Almeida - e descansar um pouco.

Assim, rapidamente, uma passagem geral sobre alguns temas que gostaria de abordar:
* a prometida análise ao excelente discurso do Primeiro-Ministro em Caminha;
* as portagens na auto-estrada Guimarães-Braga;
* o Congresso da Ordem dos Arquitectos aqui em Guimarães neste Ano da Arquitectura;
* deixar mais uma sugestão de leitura (Pátria, de Robert Harris, para além dos volumes seguintes da série Roma sub-rosa de Steven Saylor);
* uma análise reflexiva sobre o Muito Mentiroso - nomeadamente justificar o porque de manter o link, ao contrário do que defende JPP;
* outros temas...

Mas como se sabe, apenas uma coisa nos permite recuperar o tempo perdido: o próprio tempo - e assim lá acabarei por conseguir falar sobre tudo isto.
Para já, deixo mais uma imagem fabulosa da NASA, esta retirada a partir da Estação Espacial Internacional, ao furacão Isabella. Apesar de devastadora, a natureza por vezes raia a perfeição...

2003/09/16

Os incêndios outra vez!

Depois do desastre ocorrido nos últimos dias de Julho e primeiros de Agosto, o cenário repete-se... Novamente o país está a arder e novamente a Nasa apresenta imagens fantásticas do acontecimento.
Vejam esta:

É incrivel como é que uma enorme área que practiacamente tinha ardido toda volta a arder com esta intensidade!
E depois não me venham dizer que não é fogo posto...
E não me venham dizer que não há motivações claramente políticas atrás disto...

Ultima hora: Scolari convoca Vitor Baia!

A sério, é mesmo verdade... Então eu não o vi numa conferência de imprensa, nas TV's, a convocar todos os portugueses para o Euro2004?

Mas...

Então eu também estou convocado!!!

E eu que sempre sonhei jogar numa grande competição. É certo que eu acerto mais no adversário do que na bola. Mas o grande Fernando Couto, o capitão, também - e já vai nas 98 internacionalizações... portanto, porque não?

Já estou a imaginar a equipa. O Vitor Baia na baliza. O nosso melhor defesa direito, Paulo Portas. Eu no meio a central, fazendo par com o Ricardo Carvalho. À esquerda defende o Carlos (Carvalhas). A trinco, o Petit. A segundo trinco, o Marques Mendes (sabe dar pancada mas já é muito cerebral, um quase organizador de jogo). A extremo direito o Manel Monteiro. A extremo esquerdo o Mário Soares. Na frente, o João Vieira Pinto (temos que estar preparados para a pancadaria...) e o Eusébio! Meus caros, com o Scolari a treinar, isto está no papo!!!

Obrigado, Mister, por contar comigo!

2003/09/15

I'm back...

...to blogger!

Ou seja, depois de um bom fim de semana para retemperar as forças, regresso para mais uma semana de trabalho, a última dos meus 30 anos - ou não vá fazer na sexta 31!

Muito aconteceu em Portugal e no mundo...

Por cá, regressaram os incêndios em força - mas cada vez mais se percebe que atrás deles estão actos criminosos e, quem sabe, motivações pouco económicas e muito... políticas?!
Também regressou o nacional de futebol e, finalmente, fui ver o Vitória aqui no D. Afonso Henriques. Infelizmente perdeu e jogou mal, mas existe lá matéria para voltar a fazer figura na Superliga. O Bruno Alves não é mau, o Manuel José se jogar no sitio dele também pode vir a dar que falar. O Palatsi faz falta, o João Tomás não vale um Romeu lesionado (bem vindo outra vez...) e o Guga está em boa forma. O Nuno Assis não sabe jogar mal, mas precisa de ser mais objectivo. A fruta está lá. Falta o Inácio espremer o sumo...
Já o estádio está excelente. Não nos vai envergonhar perante os muitos visitantes que o Europeu trará. Bons acessos interiores. Arejado e largo. Facil circulação. Beleza no desenho das bancadas - foram muito felizes na escolha do professor universitário e pintor Vitor Costa, vimaranense que assinou a decoração. Apenas faltam os já famosos e polémicos paineis electrónicos e melhor sinalética para que quem está fora saiba como estar dentro mais rapidamente.

Lá fora, para infelicidade da esquerda, mais um regime "democrático" caiu: Kumba Ialá não resistiu a uma investida das forças armadas guineenses e foi deposto. O país, pelo que vi agora na RTP, está calmo e aceitou bem a deposição do homem do barrete vermelho que se queria perpetuar no poder adiando "sine die" eleições e arrastando para o fundo a Guiné Bissau que já não estava muito bem antes da sua "eleição"! Talvez agora os homens mais credíveis que lá estão possam (re)tomar os destinos do país e tentar levá-lo de volta para os trilhos da democracia verdadeira e do ocidente...

E por agora é tudo que tenho de ir trabalhar...

2003/09/11

11 de Setembro - 2º Aniversário

Faz hoje dois anos que ocorreram os diversos atentados nos EUA.
O simbolo maior foi a queda das torres gémeas o WTC, em Nova York, um dos maiores marcos arquitectónicos daquela cidade.
Infelizmente, um dos meus sonhos "profissionais", que era visitar aquele local, nunca vai ser concretizado. Pode ser feita uma nova torre, com enorme valor arquitectónico. Pode ser feito um plano urbano para o quarteirão que o venha a melhorar ainda mais.
Mas a memória que eu tinha do local, a memória que construí para aquele local nunca poderá ser alterada e ficarei, para sempre, com a frustração de nunca lá ter ido enquanto as torres lá estavam, de pé, sóbrias, a marcar o "sky-line" de Nova York.

Até por isso o mundo nunca mais será o mesmo.

Mas não é só por isso que mudou. Mudou também a política geo-estratégica, mudou a NATO e a ONU, caiu um dos regimes mais sanguinários e intolerantes do mundo - o Afegão - e caiu um dos piores ditadores da actualidade - Saddam Hussein.

Morreram milhares de inocentes naquele dia 11 de Setembro - empregados de escritório, bancários, médicos, engenheiros, arquitectos, eu sei lá..., mas também inúmeros bombeiros que sucumbiram com a queda das torres quando lá dentro lutavam contra o fumo, o fogo e o pânico dos ocupantes.

Depois disso morreram muitos outros inocentes, civis e militares que cumpriam a sua função, no Afeganistão e no Iraque, sendo Sérgio Vieira de Mello o seu maior simbolo - morreu para tentar trazer a paz e a democracia a um canto do mundo que estava votado a uma ditadura sangrenta, estúpida e sanguinária, para que cada vez mais pessoas possam usufruir destes enormes gozos que são a liberdade de expressão, de pensamento e de movimentos!

Hoje existem duas alternativas: estar do lado de quem defende a democracia em todo o mundo e o lado de quem acha que cada povo deve decidir aquilo que quer, mesmo que tal seja uma ditadura! Eu e as pessoas de enquadramento ideológico de centro-direita normalmente estamos no 1º grupo...

Hoje o mundo pode não estar mais seguro do que no dia 10 de Setembro de 2001. Mas tenho a mais absoluta certeza que se os EUA não tivessem actuado no Afeganistão e no Iraque, hoje o mundo estaria seguramente muito pior do que estava no dia 12 de Setembro de 2001.

Um desaterro à medida!

Ora vejam lá isto e depois digam que o Ernie Walker (inspector da UEFA para os estádios em Portugal) não tem razão em elogiar o nosso engenho...

Vejam aqui!

A arquitectura é uma filosofia...

...segundo o Almeida, de Águeda, um "insuficiente" aluno dessa cadeira na Escola Secundária local.
Em resposta à pergunta "Como explica que a ciência constitua uma construção da experiência?", este novo pretende a máximo pensador das construções respondeu o seguinte (e passo a citar com os erros incluídos...):

"A construção da experiencia agora é feita com blocos de cimento dantes era feita com argamassae não era seguro porque estava sempre a cair agora usa-se o betão armado que é duro, pesado e aleija quando bate na moleirinha por isso é que se usam os capacetes de protecção."

Nem os critícos de arquitectura das mais conceituadas revistas diriam melhor!

2003/09/10

Actualização de links

Hoje não vou "postar" nada de especial. Apenas andei a actualizar alguns links da blogosfera e do resto da WWW.
Assim, entre os novos blogs, aconselho o hARDbLOG, o Blog Sem Nome, o Catalaxia e o Homem a Dias.
Na WWW aconselho o Virose, que mais não é do que um site dedicado às artes (pintura, escultura, instalações, arquitectura...) no espaço cibernético.

2003/09/09

Linha de Rumo n.º 54 - 11 de Setembro

Completam-se dois anos do acontecimento que mudou o mundo.
Mudou porque fez perceber aos olhos de um ocidental que ainda há quem queira manter hábitos e tradições medievais e, pior do que querer manter nos seus países de origem, ainda pretendem estender essa influência e forçar aqueles que não partilham dessa filosofia a alinhar pelo diapasão deles.
E de forma cobarde, digo eu! Porque querem fazer a transformação pela forma radical, revolucionária e não democrática. Querem forçar as civilizações que não partilham os seus hábitos sociais, políticos e religiosos a seguirem—nos usando a violência, a força bruta sobre os civis inocentes e guerrilha.
Serviram os atentados do 11 de Setembro de 2001 para o mundo ocidental perceber que entre os países de África, do Médio Oriente e da Ásia existem ditaduras violentas que se servem da religião como forma de se manter e justificar o poder e as atrocidades que comentem – nada que a Europa não tenha feito na sua era medieval! Serviram para compreender que esses dirigentes andaram durante anos a financiar e treinar grupos terroristas que se infiltraram e viveram entre as pessoas das sociedades que tanto odeiam e querem destruir. Serviram para compreender que a melhor forma de terminar com aquelas ditaduras é dar instrução e formação ao povo desses países – porque só assim as pessoas compreendem que há formas melhores de vida do que aquela que lhes é imposta.
Na época escrevi que poderia estar a iniciar-se a 3ª Guerra Mundial. E de facto isto não anda longe da verdade... Hoje sabe-se que há três grupos: um encabeçado pelos EUA e que luta por terminar com o terrorismo internacional e com as ditaduras no mundo; outro é composto pelos países onde os ditadores impõem a sua vontade férrea e que estão ligados ao terrorismo, como era o Iraque e o Afeganistão e como ainda são países como a Coreia do Norte, Cuba, Arábia Saudita, Jordânia, Yémen, Irão ou até o território autónoma da Palestina, entre muitos outros; por último, existem alguns países que por tradição são anti-americanos ou por acharem que a resolução desses problemas não lhes diz respeito e que dessa forma têm perpetuado as ditaduras e têm criado empecilhos para quem quer resolver o problema conseguir levar esse objectivo para a frente. E a guerra está aí: foi o Afeganistão, é o Iraque, é a situação de tensão que se vive no Irão e na Coreia do Norte, é a situação cada vez mais complicada entre Israel-Palestina, são os diversos golpes de estado que se têm sucedido na África...
Enfim, vamos esperar que a civilização que defende a primazia do Homem, a liberdade de pensamento e circulação e o progresso com vista ao bem-estar do próprio Homem possa levar de vencida esta batalha que se desenrola em cenários de guerra que nada têm a ver com tudo aquilo que até hoje foram as guerras que a História da Humanidade documentou.
Porque ninguém tenha dúvidas que se o Ocidente perder esta batalha, não só não poderão ler esta crónica neste jornal no futuro como também não saberão se por cá andarão ou se terão dinheiro para tão pouco comprar um qualquer jornal - que obedecerá cegamente ao poder que estiver instalado...
Fica a minha homenagem a todas as vitimas das torres gémeas de Nova York, às vitimas do avião despenhado no meio dos Estados Unidos e às vitimas no Pentágono desse fatídico 11 de Setembro de 2001. Mas também a todos aqueles que desde então para cá pereceram nas mãos dos cobardes que fazem atentados e que só dessa forma mesquinha, cruel e baixa são capazes de fazer valer os seus pontos de vista, onde o diplomata brasileiro e cidadão do mundo Sérgio Vieira de Mello foi o maior expoente. A todos, o meu muito obrigado por tentarem fazer deste mundo um local melhor para todos vivermos.

Leituras [2] - O Abraço de Némesis, de Steven Saylor, da Quetzal


Sinopse:
"No sul de Roma no Golfo de Putéolos fica situada a esplêndida villa de Marco Licínio Crasso, o mais rico cidadão romano.
Quando o supervisor da propriedade é assassinado, Crasso conclui que a sua morte foi arquitectada por dois escravos, pertencentes ao Movimento de Libertação de Esparta. Crasso, furioso, estabelece o prazo de cinco dias para se entregarem, ou punirá os restantes noventa e nove escravos.
Gordiano, o Descobridor, é chamado para averiguar onde poderão estar os escravos fugitivos.
Confrontado com uma casa repleta de segredos e mistérios, a verdade só emerge lentamente... e à medida que a hora do massacre se aproxima, Gordiano apercebe-se que o labiríntico caminho em que se meteu só o poderá conduzir à sua própria destruição.
O Abraço de Némesis, do escritor e historiador americano Steven Saylor é o segundo volume da série sub-rosa, na continuação dos mistérios iniciados em Sangue Romano."

Devo dizer que neste momento me encontro a ler (sempre que posso, que é raro) o quinto volume desta série, pois a mesma cativou-me de tal forma que só vou descansar quando ler todos os livros...

2003/09/08

E já agora...

Muito obrigado à Jordana Jardel que também já me rendeu um visitante... Mais do que os golos do mano esta época!
Quem sabe se a Mariza Cruz e Merche Romero também me podem dar uma ajudinha... Ou quem sabe a Sofia Alves ou a Patricia Tavares! Vá lá, raparigas, mostrem lá o que valem - e não é preciso mostrar os seios ou fazer topless para aparecer aqui na Linha de Rumo...

Casa Pia, RTP e o Muito Mentiroso

É engraçado que a maior parte dos "referrers" indicam que a maior parte dos visitantes do meu blog são pessoas que no Google ou no Sapo foram procurar o blog mais polémico do momento: o Muito Mentiroso. E o que é estranho é que eu fui dos primeiros a descobrir o blog (salvo erro via A Cagada) e disse então num post que "parece ser de alguém com muita imaginação ou que está muito por dentro do processo Casa Pia... Não sei se o que lá li é revoltante e indigno ou se é a realidade... " e ´tenho a sensação que muitas outras pessoas pensam como eu! Até há quem ache que o homem/mulher poderia ser argumentista de Hollywood...
E o que é facto é que esse blog se vai actualizando ao sabor dos acontecimentos e depois da grande conspiração inicial, vem agora com perguntas diversas que de inicio ia num ataque a figuras do governo e que agora se orienta em direcção à RTP.
Este processo "Casa Pia" ainda vai dar muito que falar...

2003/09/07

Scolari e a Selecção

Quando se discutia quem devia ser o seleccionador, contra muitas opiniões, eu achava que devia ser estrangeiro. Alguém com forte personalidade, um curriculo incontestável e habituado a lidar com "prima-donas". Por exemplo, um Cruyjf.
Quando há oito meses se contratou o Scolari, apesar de não lhe reconhecer grande curriculo (à excepção de ser campeão do mundo, nunca saíu do Brasil e sabemos bem que os treinadores brasileiros de topo não existem) mas, apesar de tudo, reconhecia que era "durão" e que estava desligado dos "lobbys" que rodeiam a Praça da Alegria e a Federação.

Gostei do seu discurso inicial, com uma aposta num sistema de jogo diferente e nos melhores jogadores, na preparação do Euro2004 para ganhar.

Mas de então para cá, o que se passou?

O sistema diferente caíu ao primeiro mau resultado (1ª parte com a Itália). Se bem se lembram, até chegar Scolari, Portugal estava a apostar num sistema 3-4-3 (três centrais, dois trincos e dois criativos, dois alas e um ponta de lança). Ao intervalo do jogo com a Itália, acabou o sistema e passou ao convencional 4-4-2 ou 4-3-3.
Depois nunca convocou os melhores como prometeu, mas aqueles que lhe diziam para convocar: a ausência do Baia no final da época passada é uma prova disso, mas maior injustiça é o Ricardo Carvalho, talvez o melhor central português (e não só a jogar cá) da actualidade e a continua insistência no Beto, que pelo que pude ver nas Antas nem titular devia ser no Sporting... Mas o que dizer então da provocação da chamada do Bruno Vale? Eu não sei se o insulto maior foi ao FC Porto ou se aos restantes guarda-redes portugueses da primeira liga como o Moreira, Tiago, Nelson, Miguel, Quim, etc...
Juntamente com isso - não convocar os melhores - começou a disparatar: Rui Costa e Deco ao mesmo tempo, a indefinição quanto ao lugar de Figo (ora à esquerda, ora à direita) e por consequência de quem é o outro extremo (Sérgio, Simão, Boa Morte, até Hugo Viana e Deco já lá andaram) e a sistemática rotação de laterais direitos (Paulo Ferreira, Miguel, Frechaut, Mário Sérgio...), de centrais (Meira, Andrade, Beto, Ricardo Rocha...), de trincos (Luis Loureiro, Costinha, Maniche, Tiago...) faz com que a selecção continue sem um fio de jogo, uma linha de rumo que unifique o imenso talento que muitos dos convocados têm...

E depois vêm os maus resultados como o do Cazaquistão e o de hoje/ontem contra a Espanha. E conforme ele mesmo disse, levou um banho de bola! Perdeu no campo mas também no banco, a começar na convocatória...
Não espero grande resultado do próximo jogo contra a Noruega na quarta, mas menos ainda acredito numa exibição de qualidade! É evidente que agora não pode alterar a convocatória ou a forma de jogar. Mas espero que não seja "casmurro" ao ponto de perceber que tem de arrepiar caminho nas convocatórias, no sistema de jogo e no relacionamento com os adeptos e com os jornalistas. Ele não é "Deus". Foi campeão do mundo? E daí? Antes dele outros também foram e depois dele outros também o serão...
Não vou hoje ou na quarta exigir a demissão dele. Mas vou fazer isso na próxima convocatória (e nem preciso esperar pelo jogo) se ele não alterar radicalmente a mesma e se não começar a trabalhar a sério! É que para fazer o que ele está a fazer, qualquer um dos mais de 20 mil espectadores de hoje/ontem faz. Diria que as probabilidades de fazer melhor até são muitas...

A espada já pende sobre a sua cabeça, sr. Scolari. Prove que não anda aqui a "comer os Maneis"...

2003/09/06

Programa da Manhã

Um dos meus maiores desgostos radiofónicos foi a contratação do Pedro Tojal pelo grupo Media Capital. Nunca gostei dele na RFM e por isso raramente ouvia essa rádio. Antes pelo contrário, sempre apreciei a Comercial (desde miúdo, por sinal) e em particular o fabuloso Programa da Manhã - primeiro com os "loucos" Pedro Ribeiro, Ana Lamy e José Carlos Malato e mais tarde com os "loucos" Pedro Ribeiro, Nuno Markl e Maria de Vasconcelos.

Mas o fatídico dia chegou e o incompetente do Tojal acabou com a Rádio Nostalgia e alterou a Comercial tanto que hoje ainda é mais kitsh que a RFM do tempo dele. E criou a Best Rock em substituição da Comercial - mas apenas para Porto e Lisboa e, mais tarde, Coimbra. O resto do país que se lixe!

Desde esse maldito dia que raramente ouço a Comercial. Até diria que ouço mais a RFM que a Comercial, mas o que me salvava as viagens de automóvel ou era a TSF ou as velhinhas cassetes... Mandei email's a rogar pragas a esse senhor que um dia ainda vai ser despedido pelo mau serviço que prestou a toda a audiência da "velhinha" Comercial, se este mundo for justo...

Cheguei a pensar que estivesse só nesta luta contra moinhos de vento. Mas hoje descobri que não! Há mais pessoas que pensam o mesmo que eu. O blog Programa da Manhã surge dentro dessa corrente de protesto/reivindicação e esta Linha de Rumo associa-se a essa dupla nobre causa: correr com o Tojal da Comercial e recuperar esse mítico programa que deixava Portugal com um sorriso na face ao acordar, o Programa da Manhã do Markl, do Pedro Ribeiro e da Maria!

A vossa luta é minha luta!

Irreflexões 2

Esse blog que desafiou a direita a ser "arauto" do governo e defender "tecnicamente" o orçamento, já respondeu ao que eu disse no último post (ver aqui).

Ainda bem que percebeu que as polémicas não se "compram" e acontecem de forma natural e não por desafio. Ainda bem que percebeu a minha posição, tal como eu percebi a dele (incluíndo o "humor" subjacente ao título, mas para o "ataque" esse título prestava-se para marcar a minha posição e não podia deixar de aproveitar esse facto...) e aceito as suas opiniões, mesmo opostas às minhas.

Polémica encerrada!